A-Deus “seo” Darcy

Eu estou
muito emocionado.

Essa é a notícia que dói, daquelas que a gente
tenta escapar sempre, sempre e inutilmente.

Todas as vezes que
ia a Recife, sempre que me falavam do Banco do Nordeste, eu me lembrava –
continuarei me lembrando – de “seo” Darcy, como o chamava. Dia desses
perguntei à presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello , “onde anda “seo”
Darcy?”.

Todos os que conviveram mais próximo de mim no movimento
sindical, muitos que fizeram a resistência dos funcionários do Banco do
Nordeste do Brasil nos tristes e lamentáveis tempos de Fernando
Henrique Cardoso, Tasso Jereissati e Byron Queiroz, que tiveram a honra
de viver a volta da democracia ao BNB, a reorganização do movimento
sindical e a retomada do diálogo sabem o meu apreço pelos colegas dessa
instituição, meu carinho pela luta dos trabalhadores desse banco, meu
respeito profundo por essa história.

E já que falamos de
história, “seo” Darcy era a História, ela mesma em pessoa, maiúscula
figura humana repleta das experiências de quem a viveu, fez, sofreu e
pode sorrir por isso. Sorrir com a beleza e a serenidade de quem sabia a
inutilidade de certos rompantes, de quem levava por onde ia um jeito
tranquilo de quem parecia ter todo o tempo do mundo pela frente.

Nós,
os mais apressados, os mais angustiados, os mais inexperientes, íamos
aprendendo com ele, com sua educação, a fineza em pessoa, as maneiras
quase zen, o jeito de falar calmo, racional, adequado àqueles que sabem
que a história não se encerra em si próprios.

“Seo” Darcy, eu o
tratava com o respeito e a reverência devidos a quem fêz a história, a
quem a construiu, a quem arriscou a própria pele para dar-lhe um outro
rumo, mais generoso, solidário, igualitário, humanista – como ele era.

Sentirei
saudades para sempre, guardarei a preciosa lembrança dele nos mostrando
feliz, emocionado, a mim e a Jaqueline Mello – no centro de Maceió
(para onde viajáramos juntos a reunião da Comissão Nacional dos
Funcionários do BNB) -, a igreja onde casara, ele que transparecia sem
pejo o carinho e o cuidado com sua companheira.

Verei sempre,
como vejo agora, seu sorriso bonito e uma gargalhada quase gaiata, quase
infantil, com ar travesso, e muito gostosa.

“Seo” Darcy,
obrigado por tanto.

A-Deus.

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