No início da década passada, o Dia do Trabalhador era marcado por
protestos e reivindicações que exigiam o fim do desemprego, do arrocho
salarial, da retirada de direitos. Era um período de resistência, em que
a principal atuação dos sindicatos tinha como foco proteger os
trabalhadores e evitar mais perdas.
Hoje, o 1º de Maio é marcado
por uma luta que integra uma agenda positiva, em que os trabalhadores
exigem muito mais avanços do que os conquistados nos últimos anos. E
avanços não faltaram. Para os bancários e para 90% das categorias
profissionais os últimos seis anos foram de aumento real de salários,
com reajustes que vão além da inflação. O salário mínimo também foi
extremamente valorizado, impactando positivamente na curva de todas as
faixas salariais.
O desemprego também ficou para trás. Nos
últimos sete anos foram criados mais de 14 milhões de empregos com
carteira assinada. Só nos últimos três meses foram gerados mais de 657
mil empregos, a maior média da história do Brasil. Com isso, mais de 21
milhões de pessoas saíram da miséria nesses oito anos, ajudados também
pelos instrumentos de distribuição de renda criados pelo governo.
Mas
os trabalhadores querem mais. Temos uma série de reivindicações
importantes, como o cumprimento da Convenção 158 da OIT, que proíbe
demissões imotivadas em empresas lucrativas, como é o caso dos bancos.
Outra questão é a redução da jornada de trabalho, que foi um dos temas
principais do 1º de Maio deste ano. Mas o andamento da luta dos
trabalhadores depende, principalmente, dos resultados das eleições
presidenciais de outubro.
Para evitar retrocessos e garantir os
avanços que os trabalhadores precisam, a CUT lançou neste 1º de Maio a
“Plataforma da CUT para as Eleições 2010”. São mais de 200 propostas que
resultaram do esforço coletivo de sindicatos, federações e
confederações, que discutiram as questões durante dois anos. Seja quem
for o próximo presidente da República, essa plataforma não pode ser
deixada de lado, muito menos a classe trabalhadora.
Por isso, nas
eleições de outubro, cuidado com o seu voto. O seu futuro e de todo o
Brasil depende diretamente do projeto de governo que será escolhido por
todos nós.
