Janildo Chaves. Presente!

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco ficou triste em novembro com a
perda de Janildo Chaves. Professor de história e geografia em mais de
dez escolas do Recife e supervisor de projeto na Fundação Nacional do
Bem Estar do Menor – Funabem, Chaves foi assessor do Sindicato por mais
de dez anos.
Nosso camarada Chaves era especial. Como tantos outros
comunistas, lutava por um mundo diferente do qual hoje vivemos, por uma
mundo fundamentado no socialismo.

Na missão de professor, ele
plantava sementes do ideal socialista em sala de aula. No mundo
sindical, juntamento com outros valorosos companheiros, ajudou a fundar a
CUT em Pernambuco e sua principal trincheira de lutas era o Sinpro –
Sindicato dos Professores da Rede Particular de Pernambuco, paixão pela
qual doou bons anos de sua vida em defesa dos direitos de sua base, seus
iguais.

Como assessor do Sindicato dos Bancários, e mesmo
antes, de forma generosa e vigorosa, Chaves dividiu conosco suas
experiências e vivências. Junto a outros camaradas e companheiros que
hoje fazem parte da história da esquerda de nosso Estado e outros que
ainda a estão construindo seu caminho, ajudou a moldar toda uma geração
de dirigentes sindicais, que tal qual eu, estão ou estiveram à frente de
sindicatos, no campo ou na cidade.
Muitas de suas contribuições
marcaram nossa convivência. Posso afirmar com certeza que minha formação
sindical é mais rica por ter sido seu amigo de lutas. As mais profundas
e duras foram travadas na resistência à ditadura militar. Ele é um
exemplo de como defender sonhos e convicções, com paixão e lucidez.

Uma
das conclusões que posso tirar dos anos de convivência com este
renitente comunista é que o dirigente sindical, em muitas ocasiões, pode
não ser entendido pela base devido ao imediatismo de suas necessidades.
Mas, apesar de saber que podemos ser vaiados em uma assembleia, não
devemos omitir de fazer o nosso papel de dirigente sindical e defender a
proposta viável, mesmo quando esta seja antipática. Ela pode ser uma
grande conquista no futuro.

Acho que a mais importante convicção
que formei observando Chaves foi a de quem sou como dirigente sindical.
Nunca devo ser um mero observador dos humores da base para posicionar-me
de forma confortável, oportuna e medíocre. Pois ser dirigente sindical é
bem mais do que agradar aos seus iguais, omitindo-se da missão maior
que é levar a base à refletir por si só, libertar suas mentes, dar-lhe
condição de descobrir-se elo duma corrente forte, fazê-la entender seu
papel no mundo do trabalho. E que é ela, base, responsável pelas
decisões que toma e arca com ônus e bônus decorrente destas.

Hoje
estais em nossa memória, velho camarada, mas estais junto a Marcelo
Medeiros, Cabo Veio, Marx, Lenine, Marcelo Ferreira e tantos outros que
serão sempre presentes, enquanto houver respeito, carinho e reverência
às suas contribuições.

Um forte abraço, velho camarada Chaves.
Você estará sempre presente conosco.

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