O banco Itaú iniciou
uma onda de demissões de bancários que trabalham como caixas e
gerentes operacionais em diversas regiões do país. Só aqui em
Pernambuco, o Sindicato já recebeu 17 trabalhadores desde o início
do ano, há pouco mais de três meses, para homologação das
demissões.
“Há outras que não são homologadas aqui.
Somente nestes primeiros dias de abril, o banco já botou na rua
cerca de oito bancários”, acrescenta o diretor do Sindicato, Fábio
Sales. Segundo ele, as demissões estão ocorrendo em todo o Brasil,
apesar do lucro recorde do banco e do compromisso de que não haveria
redução de mão-de-obra no processo de fusão.
Como se não
bastasse a quebra da palavra empenhada, a dispensa de trabalhadores
acontece depois que a instituição atingiu em 2010 o lucro recorde
de R$ 13,3 bilhões, o maior da história dos bancos brasileiros.
“Apesar da promessa do Itaú, estamos começando a ver agora os
efeitos da fusão: mais lucros para os bancos, mais prejuízo para os
trabalhadores”, avalia Fábio Sales.
Negociação adiada
– O assunto das demissões seria levado para a negociação com o
banco nesta quinta-feira, dia 14, em São Paulo. Mas a reunião foi
adiada, a pedido do Itaú, que ainda não marcou nova data.
“Foi
um desrespeito, o banco só informou que a negociação não
aconteceria no final da tarde de hoje (dia 13). A desculpa foi que o
gestor do convênio médico não conseguiu fazer o levantamento da
apresentação de contas e o balanço do plano de saúde, que o
movimento sindical havia solicitado. Nós havíamos feito este pedido
para o Itaú há três semanas”, comenta Fábio Sales. O secretário
de Saúde do Sindicato, João Rufino, está em São Paulo, onde
representaria Pernambuco na reunião.
Nesta quinta-feira,
Rufino e representantes dos sindicatos do país inteiro se reunirão
para definir um plano de mobilização para denunciar as demissões
aos clientes e à sociedade e exigir garantia de emprego e respeito
aos trabalhadores.