As relações e as formas de organização do trabalho nos bancos, em Pernambuco, são estruturadas igualmente para instalar o sofrimento físico e psíquico, intencionando transformar o sofrimento em produtividade. Esta é uma das conclusões da pesquisa “Assédio e Adoecimento dos(as) trabalhadores(as) do setor bancário em Pernambuco, realizada numa parceria entre o Sindicato dos Bancários de Pernambuco e a Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Desenvolvida pelo Laboratório de Estudos e Pesquisas sobre Trabalho, Políticas Públicas e Desenvolvimento (LABOR/UFRPE), a pesquisa foi coordenada por Maurício Sardá e Marcos Levay, com o trabalho das pesquisadoras Ingrid Barbosa (PPGS/UFPE) e Mylena Galdino (PPGCS/UFRPE).
Além da equipe acadêmica, a pesquisa contou com contribuições do Grupo de Trabalho do Sindicato, composto por Fabiano Moura (presidente), Alan Patrício (Sec. Saúde), Cândida Fernandes (Sec. Geral), Flávio Coelho (Sec. Jurídico), Andreza Camila (Sec. Ramo Financeiro), Ricardo Vaz (Sec. Bancos Públicos), João Rufino (Sec. Aposentados), e as dirigentes Sandra Trajano e Bethânia Montarroyos.
Os resultados, que identificam a forma de gestão estressora, os mecanismos de assédio e as consequências para a saúde dos bancários, e são subsídios importantes para visibilizar a relação existente entre o assédio e o adoecimento da categoria.
“É um documento com critérios científicos que certificam as evidências de danos à saúde dos bancários causados pelo modelo de gestão dos bancos. O grave problema das metas abusivas, das pressões, rankings, assédios, tudo isso está relacionado ao adoecimento. Vamos articular Audiências Públicas sobre o tema para apresentar os dados para as autoridades públicas, a categoria, a população de forma geral e, inclusive, para a Fenaban, que de forma recorrente nega esta realidade irrefutável”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
O documento de sistematização será publicado e disponibilizado de forma virtual para toda sociedade neste primeiro semestre. Com perfil qualitativo, por meio de revisão bibliográfica e entrevistas a bancários realizadas em 2024, o estudo teve como objetivo central analisar as práticas de gestão e as condições de trabalho que têm contribuído para o aumento de casos de adoecimento físico e mental dos bancários e bancárias. Em 2025, numa parceria com o DIEESE, o Sindicato iniciará uma nova pesquisa, desta vez quantitativa para chegar ao panorama geral da situação.
