Última mesa de negociação do ano com Banco do Nordeste traz novidade na PLR

A Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB), que assessora a Contraf-CUT nas negociações, esteve reunida com a direção do Banco do Nordeste, nesta segunda-feira, dia 2/12, na sede administrativa do Passaré, em Fortaleza. Foi a última rodada da mesa permanente de negociação com o Banco em 2024. O dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fernando Batata, participou da agenda.
“O BNB trouxe algumas devolutivas de demandas da reunião anterior, inclusive acatando sugestões da CNFBNB, como a modificação na pesquisa ‘Percepção do Convergente’ e ampliando o prazo final para até 16/12/2024. Essa pesquisa nos subsidiará com informações essenciais para combater as cobranças abusivas que adoecem os trabalhadores. Além disso, debatemos outros temas importantes e foi apresentado um calendário para 2025, com reuniões mensais, o que nos deixa otimistas para o avanço das negociações específicas”, afirma Fernando Batata.
Após as devolutivas, disponíveis no final desta matéria, outros pontos foram tratados. A CNFBNB informou que, com o aumento do montante a ser pago como PLR de 25% para 48% do montante pago como dividendos, o teto de três remunerações brutas para o benefício, que antes era inalcançável, se tornou um problema para os funcionários com menores salários. A CNFBNB pediu que esse teto seja extinto no Banco do Nordeste, sendo mantido apenas o de 48% dos dividendos para o montante do benefício.
Atendendo a mais uma demanda dos trabalhadores, o banco informou que já não precisa mais esperar pela aprovação do pagamento da PLR pela assembleia dos acionistas. Agora, após a divulgação do balanço, o banco já poderá pagar os dividendos, e logo após, a PLR.  
Terceirizações
A CNFBNB demonstrou grande preocupação com o crescimento cada vez maior das terceirizações no banco, que contando com o pessoal do microcrédito já chegou a um total de 14.700 trabalhadores, o que representa quase 70% da força de trabalho no Banco do Nordeste. Sem contar com os trabalhadores que operam nossos programas de microcrédito, já temos 5.807 trabalhadores terceirizados, dos quais 2.622 estão nas agências e 3.185 estão nas demais unidades (principalmente na DIRGE).
Custeio da CAMED
Lembrando que em abril de 2024, o Governo Federal, através da Resolução CGPAR nº 52, autorizou as empresas estatais federais a arcarem com até 70% do custeio dos planos de saúde de seus funcionários; que outros Bancos Públicos já bancam 2/3 ou mais das despesas dos planos de saúde de suas equipes há décadas; e que em tais planos os associados pagam menos e o planos recebem mais recursos porque os patrocinadores pagam muito mais que os associados, em alguns casos, os Bancos chegam a pagar 230% mais que seus funcionários; a CNFBNB pediu que o banco comece a estudar a possibilidade de aumentar as contribuições para a CAMED, para que os funcionários tenham mais e melhores serviços e benefícios, sem aumento de suas contribuições.
Avaliação das negociações de 2024
No corrente ano tivemos muitas conquistas importantes: redução de jornada para pais de PCD, aumento do montante da PLR para 48% do montante de dividendos (antes era 25%) e o pagamento da parcela final podendo ser feito pouco após a divulgação do balanço, importantes políticas de igualdade de oportunidades para as mulheres chegarem a posições de liderança, criação dos grupos focais para discutir e buscar soluções dignas e humanas em questões de gênero, raça/cor, mulheres e PCD, e muito mais. A proposta de revisão do PCR, que foi construída paritariamente pelo Banco e representantes do movimento sindical, apesar de não haver detalhes divulgados é vista positivamente. Os representantes do movimento sindical na Comissão Paritária do PCR garantem que é melhor que o plano vigente em todos os aspectos, e agora está passando pela avaliação das várias áreas devidas.
 DEVOLUTIVAS DO BANCO DO NORDESTE:
•    A área de logística está avaliando a proposta da CNFBNB de indicar um “síndico predial” para prédios que contêm várias unidades instaladas no local;
•    O banco acatou algumas sugestões da CNFBNB de modificações na pesquisa ‘Percepção do Convergente’ e alongou o prazo final para até 16/12/2024;
•    Foi apresentada uma proposta de calendário de negociações para 2025 prevendo negociações mensais;
•    Foram identificadas várias concorrências há muitos meses com o status ‘para abrir nos próximos dias’, e foram tomadas as providências necessárias para que as mesmas de fato ocorram;
•    O banco irá mensurar e estudar soluções para o problema da falta de oportunidades dos funcionários não comissionados nas agências que têm Auxiliares de Negócios, já que não conseguem nenhuma substituição e não pontuam no Promova-se, o que praticamente inviabiliza a participação dos mesmos em concorrências;
•    A metodologia de avaliação das carteiras rurais irá passar por aperfeiçoamentos para 2025. A área responsável informou que será excluída a necessidade de monitoração dos gestores impactados até o final do ano. A CNFBNB informou que gestores de carteiras impactadas negativamente por problemas nas contratações do Agromais, de responsabilidade do Agroamigo, terão prejuízos também no Promova-se, e que isso precisa ser revisto.
•    Sobre a reclassificação das agências, o banco informou que a área responsável está revendo a metodologia de avaliação das agências. A CNFBNB afirmou que se há agências superando suas metas sendo rebaixadas por causa da variável ‘Mercado’, que representa 40% da pontuação total da unidade, mesmo com os gestores não tendo nenhum controle sobre ela, certamente a metodologia está equivocada e deve ser modificada. Foi pedido que os efeitos da reclassificação previstos para abril de 2025 sejam suspensos.
•    Será estudada uma solução para funcionários que têm redução de jornada para acompanhar dependentes com deficiência em suas terapias, que atualmente não mantêm suas reduções quando estiverem substituindo em outras funções;
•    Atendendo aos pedidos reiterados da CNFBNB, o banco também anunciou a criação de um grupo focal de Pessoas com Deficiência (PCD), que inclui o autismo.
“O grupo focal de PCD é um grande passo para termos debates mais aprofundados e qualificados sobre as especificidades e necessidades dos nossos colegas com deficiência, incluindo as deficiências ocultas, e o quanto tais colegas podem contribuir para a missão do banco quando têm respeito e dignidade no ambiente de trabalho”, comemorou Robson Luís, coordenador da CNFBNB.

Expediente:
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