
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco conquistou a garantia de mais três empregos no banco Itaú, comprovando o direito à estabilidade de funcionários adoecidos pelo trabalho. Iris Jakeline, Ladjane Castor e Fernando João se dedicam há mais de 20 anos ao banco e desenvolveram Lesões por Esforço Repetitivo e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/Dort).
O mais antigo funcionário entre os três, Fernando João, é bancário do Itaú há 42 anos. Com LER/Dort, síndrome do túnel do carpo, tendinite nos ombros, cotovelos e mãos, ele segue em tratamento. Ao ser questionado sobre como avalia a causa da sua demissão revela o sentimento de desumanização provocado pela gestão do banco: “prazo de validade vencido”, diz o bancário.
Demitido em 21 de agosto, ele teve o cancelamento confirmado em 24 de setembro deste ano, um período bem menor do que a média de tempo em casos de judicialização. “Foi de grande importância o processo de acolhimento após demissão. É o sindicato que me dá todo suporte sempre”, afirma, em reconhecimento ao trabalho da entidade.
Na mesma data da demissão de João, Ladjane estava retornando da licença por adoecimento no trabalho. Ainda em período de estabilidade, foi surpreendida com o comunicado de demissão em setembro. “Desde 2012, tenho diagnóstico de LER/Dort. Quando fui demitida tinha retornado da licença e ainda estava no período de estabilidade de 12 meses. Se eu soubesse que chegaria ao ponto de adoecimento que estou hoje, tinha priorizado minha saúde antes”, afirma. O Sindicato dialogou com o banco e garantiu o cancelamento da demissão em menos de 15 dias.
Com 21 anos de trabalho no Itaú, Iris Jakeline relembra que construiu uma carreira com muita dedicação, iniciando como agente comercial e chegando ao cargo de GGA. Para isso, colocou sua vida à disposição do banco, morando em mais de cinco municípios diferentes para adequar-se ao local de trabalho.
“O banco acabou com meu entusiasmo pela carreira, fez com que eu me sentisse uma profissional descartável e hoje, além da ler/dort, estou com depressão e indícios de burnout. A reintegração me trouxe um sentimento de vitória pelo reconhecimento da justiça de que sou uma profissional que adoeceu por conta da estrutura que me faltou no banco”, conclui Iris Jakeline.

Apesar dos esforços, Iris foi demitida três vezes pelo banco. Nos dois últimos casos, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco ofereceu o suporte necessário, por meio da secretaria de assuntos jurídicos em parceria com o Escritório GFG, com decisões favoráveis à reintegração da bancária. “Nossa ação ocorre seja no âmbito jurídico, para o qual temos uma equipe qualificada para acompanhar os processos, quanto no espaço negocial, que nos permite cancelamentos administrativos que são menos morosos e desgastantes para os bancários. Então, em casos de demissão, orientamos que nos procurem para avaliarmos se o banco está descumprindo algum direito”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos, Flávio Coelho.