Sindicato lança campanha contra demissões nos bancos privados

Diante do crescente fechamento de postos de trabalho nos bancos privados, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco inicia, nesta quarta-feira (23/10), uma campanha de denúncia em defesa dos empregos, com o mote “Bilhões de lucro, milhares de demissões! a conta não fecha para bancários e clientes”. A primeira ação será realizada nos bancos da Boa Vista. O calendário de mobilização prevê atividades nos bancos Bradesco, Santander e Itaú ao longo dos próximos meses.

De acordo com dados do relatório de demonstrações financeiras dos bancos, no primeiro semestre de 2024, os três maiores bancos privados do país reduziram 2.438 funcionários, no comparativo com o semestre anterior. Em contrapartida, juntos, os três maiores bancos privados tradicionais do Brasil – Itaú Unibanco, Bradesco e Santander – somaram um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 35,1 bilhões no primeiro semestre de 2024.

Para a secretária de Bancos Privados do Sindicato, Dileã Raposo, as demissões estão relacionadas às transformações do modelo e atuação dos bancos. “Os bancos não estão substituindo trabalhadores, mas fechando postos de trabalho. Observamos que esse processo está se aprofundando na medida que os bancos investem em modelos digitais, transformam agências em lojas e reduzem o foco no varejo, priorizando os negócios e grandes empresas. É importante lembrarmos que os bancos privados são concessões públicas e que devem ter uma contrapartida social no país, com geração de emprego e prestação de serviços à população”, destaca Dileã Raposo.

A redução do corpo funcional dos bancos tem impactos negativos tanto para os bancários que permanecem na empresa, quanto para a população, como explica o presidente do Sindicato, Fabiano Moura: “Com menos bancários nas agências, a sobrecarga de trabalho torna-se ainda maior, gerando um ambiente de trabalho mais adoecedor, e o atendimento será mais precarizado, seja com longo tempo de espera nas filas ou sem oferecer as opções para solucionar os problemas dos clientes. Além disso, a fragilização da segurança nos modelos de loja também é um componente que coloca em risco a vida dos trabalhadores e clientes”, pontua.

A cobrança de metas, já considerada abusiva pelo Sindicato, tende a ser intensificada com a redução de funcionários, uma vez que o trabalhador atua de forma polivalente, com objetivos de vendas maiores para atingir as metas das agências.

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