
Fundado em 9 de outubro de 1931, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco completa 93 anos nesta quarta-feira. A entidade representativa dos trabalhadores foi criada poucos meses após o governo Getúlio Vargas sancionar a Lei de Sindicalização, ou Decreto nº 19.770, assinado em 19 de março daquele mesmo ano.
De acordo com os registros, a proclamação sobre a criação do Sindicato ocorreu no dia 14 de outubro, no Gabinete Português de Leitura, tendo como primeiro presidente o funcionário do Banco do Brasil Adalberto Camargo, e ocupando o cargo de 1ª secretária uma mulher, Elvira Souto. Naquele período, Pernambuco contava com mais de uma dezena de estabelecimentos bancários: Banco do Brasil, Banco Nacional Ultramarino, City Bank, Banco London, Auxiliar do Comércio, Regional de Pernambuco, Banco do Canadá, Banco Agrícola, Banco Francês e Banco Italiano.
As primeiras lutas expressivas travadas pelo Sindicato foram pela jornada de seis horas para os trabalhadores dos bancos, em 1933, e pela implantação do salário mínimo no Brasil. Além disso, em 1934, a entidade participou da primeira greve nacional dos bancários, levantando pautas relacionadas à aposentadoria dos trabalhadores.
“O Sindicato dos Bancários surgiu num período de profundos debates sobre o mundo do trabalho e a organização dos trabalhadores. Desde o começo a categoria entendeu que a sua força está na organização coletiva nacional. Então, os bancários pernambucanos sediaram, em Recife, o I Congresso Brasileiro dos Bancários (1939)”, resgata o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.
Ao longo dos anos, a categoria conquistou aposentadoria, fim do trabalho aos sábados, 13º salário, tíquetes, entre outros direitos, que a partir de 1992 passaram a ser reunidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). Os direitos seguiram sendo ampliados, com garantia de PLR, segurança bancária, ferramentas de combate ao assédio moral e sexual, e, recentemente, avanços relacionados ao teletrabalho.
Em todas essas lutas, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco esteve presente, defendendo os interesses das trabalhadoras e trabalhadores. Atualmente, a entidade está filiada à Contraf-CUT, Fetrafi-NE, CUT, CEAAL Brasil e UNI Global, formando uma rede de proteção aos trabalhadores.
O Sindicato foi alvo de intervenção militar durante a ditadura com lideranças presas e perseguidas; foi às ruas no Fora Collor; combateu as privatizações no governo FHC; lutou por valorização e em defesa do emprego no governo Lula e Dilma; enfrentou a reforma trabalhista e previdenciária pautada pela política neoliberal de Temer; defendeu a vida dos bancários na pandemia ante o negacionismo do governo Bolsonaro; e segue lutando por direitos, saúde e condições dignas de trabalho.
“Independente de governos, com autonomia e liberdade sindical, nosso compromisso é com a categoria bancária. A lógica perversa do capital improdutivo assola a sociedade brasileira e, diante desta realidade, atuando no setor financeiro, buscamos garantir empregos e conquistar direitos para todos os trabalhadores e trabalhadoras, que garantam condições dignas de trabalho e de vida”, afirma Fabiano Moura.