25 anos da morte de Dom Hélder Câmara: luta contra desigualdades continua atual

Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos, Dom Hélder Câmara morreu há exatos 25 anos. O título que homenageou o arcebispo de Olinda e Recife foi concedido pela enfática denúncia internacional das violações cometidas durante a ditadura militar no Brasil. Além disso, a sua luta contra a desigualdade social ficou marcada na história e continua a ser um farol para todos que buscam transformar este sistema que gera miséria mundo afora.
Pelo seu trabalho social foi indicado por 4 anos consecutivos, de 1970 a 1973, ao Prêmio Nobel da Paz. Além da luta por transformações internas da igreja, atuou como educador popular, alfabetizador e liderança política. Foi premiado com 32 títulos de doutor honoris causa em universidades brasileiras e estrangeiras, além de prêmios internacionais. 
Dom Hélder conseguiu autorização do Vaticano para fundar a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM, 1955). 
Na década de 50, fundou obras sociais como a Cruzada São Sebastião, cujo objetivo era atender aos moradores das favelas, e o Banco da Providência, que organizava doações e microcrédito para as famílias de baixa renda. 
No Concílio Vaticano II (1965), Dom Hélder foi propositor do “Pacto das Catacumbas”, documento com 13 compromissos, como colocar os pobres no centro da atividade pastoral e levar uma vida simples, rejeitando símbolos de privilégio e poder. Este documento influenciou a criação do movimento da Teologia da Libertação. 
Ocupou o cargo de Arcebispo de Olinda e Recife durante os 21 anos da ditadura militar, período no qual por meio do AI-5 tentaram silenciar sua luta contra a opressão. O assessor de Dom Hélder, o Padre Henrique, foi preso e torturado até a morte pelos militares.
Neste período, Dom Hélder fortaleceu as comunidades eclesiais de base (CEBs), organizando mais de 500 CEBs, difundindo a Teologia da Libertação. “Dom Hélder foi responsável pela formação crítica de muitas pessoas nas comunidades. Essa luta pela desigualdade que ele sempre abraçou continua atual e dialoga com a nossa luta contra o rentismo, contra o capital improdutivo, que gera miséria mundo afora”, analisa o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.  
Aos 76 anos de idade, em 1975, deixou o comando da Arquidiocese de Olinda e Recife. Morreu aos 90 anos, em 27 de agosto de 1999, mas suas palavras atravessaram o tempo: “se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostro por que os pobres não têm pão, me chamam de comunista e subversivo”.

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