Bancários exigem fim de gestão adoecedora nos bancos em Dia Nacional de Luta

 
Em adesão ao Dia Nacional de Luta #MenosMetasMaisSaúde, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco percorreu as agências públicas e privadas localizadas no Recife Antigo, nesta quarta-feira (24). Para marcar a mobilização, a entidade realizou um ato, em frente ao Banco do Brasil- Edf. Capiba, onde denunciou as pressões e assédios sofridos pelos bancários no ambiente de trabalho dando visibilidade ao adoecimento da categoria. 
A ação é parte da Campanha Nacional dos Bancários, que terá uma rodada de negociação sobre Saúde e condições de trabalho na quinta-feira (25). 
De acordo com o levantamento do Dieese, a categoria bancária foi responsável por 25% de todos afastamentos acidentários e por 4,3% de todos afastamentos previdenciários relacionados à saúde mental e comportamental, entre trabalhadoras e trabalhadores, em 2022. 
“Nossos colegas estão adoecidos, tomando remédios de tarja preta, essa situação imposta por um capitalismo selvagem é inadmissível. Não adianta termos um bom índice de reajuste, se não tivermos saúde para usufruir”, aponta o suplente da Secretaria de Bancos Privados, Fábio Sales. 
Considerando apenas a categoria bancária, em 2022, as doenças mentais e comportamentais foram responsáveis por 40% dos afastamentos previdenciários e por 57,1% dos afastamentos acidentários. Com isso, a taxa de afastamento acidentário na categoria ficou em 9,1 mil para cada mil vínculos empregatícios, em 2022, enquanto a média geral, considerando todas as categorias, foi de 2,0 para cada mil vínculos naquele ano.
“O combate às metas abusivas é um tema primordial para nossa Campanha Nacional. O Sindicato segue recebendo denúncias sobre assédio moral e estamos finalizando um dossiê que será entregue ao Ministério do Trabalho e demais órgãos competentes”, sinaliza a dirigente do Sindicato, Kátia Cadena.
O Comando Nacional destacou que é obrigação dos bancos o estabelecimento de um ambiente de trabalho saudável e sustentável. De acordo com a “Pesquisa Nacional da Contraf-CUT: modelos de gestão e patologias do trabalho bancário”, feita em parceria com o Instituto de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, da Universidade de Brasília (UnB), a situação da categoria é alarmante. 
Entre os 5.800 bancários que participaram da pesquisa, 76,5% relataram terem tido pelo menos um problema de saúde relacionado ao trabalho, no último ano e 40,2% dos respondentes estavam em acompanhamento psiquiátrico no momento da pesquisa.
 “Amanhã, o Comando Nacional vai ter uma mesa de negociação para debater as metas e como isso está afetando a vida dos bancários. O lucro do banco não pode custar a saúde dos bancários e bancárias. É fundamental que os trabalhadores se envolvam com a campanha e pressionem os bancos”, concluiu a Secretária-Geral do Sindicato, Cândida Fernandes.

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