Bancárias reforçam combate à violência e igualdade no mundo do trabalho

Neste 8 de março, as mulheres bancárias se unem às demais trabalhadoras para exigir o fim da violência contra as mulheres e igualdade de oportunidades no mercado de trabalho. Em Pernambuco, o Dia Internacional de Luta das Mulheres será marcado por uma marcha, a partir das 15h, com concentração no Parque Treze de Maio, na Boa Vista. Pela manhã, a secretaria da Mulher do Sindicato realizará ação nas agências bancárias, divulgando a campanha nacional do projeto “Basta! Não irão nos calar”.
De acordo com dados do boletim trimestral (4ºT/2023), realizado pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT), do Instituto de Economia da Unicamp, do total de pessoas em arranjos familiares formados por responsáveis sem cônjuge e com filhos de até 14 anos, as mulheres representam 91% e, deste universo, 70% são negras. As mulheres também estão entre as com maiores jornadas no trabalho não remunerado, 25 horas semanais é o tempo dedicado pelas mulheres ao trabalho doméstico e de cuidados e cujo rendimento médio equivale a ¼ de salários mínimos, entre os homens para a mesma faixa de rendimentos, o tempo dedicado é de 12h semanais. Essas condições comprometem o acesso e a permanência das mulheres no mundo do trabalho.
 
“Precisamos cobrar mudanças estruturais para combater as desigualdades entre gêneros e raça. No Brasil, existem abismos sociais, onde as mulheres negras estão em evidente desvantagem. Identificamos essa realidade nas proporções entre pessoas na força de trabalho e fora da força de trabalho, ocupadas e desocupadas, formais e informais, trabalho produtivo e reprodutivo e nas disparidades salariais”, aponta a secretária da Mulher do Sindicato, Alzira Cavalcanti.
De acordo com a PNAD Contínua Trimestral (IBGE) – 4T/2023, 3,77 milhões de mulheres negras recebem em média menos de meio salário mínimo. No recorte sobre o rendimento habitual médio, as mulheres negras recebem R$ 1.957,36 enquanto os homens brancos R$ 4.229,79.
Neste contexto, também é fundamental alertar para os índices de violência contra as mulheres. A Central de Atendimento à Mulher – 180,  recebeu 1.558 ligações por dia em 2023. A maioria das denúncias de violações recebidas referem-se a ameaças à integridade psíquica, física, negligência ou patrimonial, totalizando 91,52% das denúncias. O impedimento de as mulheres usufruírem de sua liberdade – individual, sexual, de crença, laboral ou de expressão– foi a segunda motivação, com 5,63% das denúncias. O risco à vida das mulheres foi o sexto motivo para as denúncias (0,14%). As demais violações que dizem respeito a direitos sociais, violência institucional, entre outros, somam 2,68%.
“No Sindicato, temos à disposição das mulheres bancárias o projeto ‘Basta, não irão nos calar’, que acolhe denúncias de violência doméstica e oferece todo o suporte jurídico necessário para a proteção dessas mulheres”, reforça Alzira Cavalcanti. O sigilo do atendimento é garantido e pode ser realizado pelo canal de whats app: 81 9 7347-3585, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.

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