
Para visibilizar o adoecimento da categoria bancária relacionado à prática de assédio moral, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco articulou a realização de uma audiência pública, convocada pela vereadora Liana Cirne, na Câmara Municipal do Recife. No dia 31 de outubro, a entidade participou representada pelo presidente, Fabiano Moura, e pelo secretário de Saúde, Alan Patrício, que apresentaram dados sobre o aumento e a transformação do perfil de adoecimento dos bancários.
“O adoecimento da categoria é uma consequência das metas abusivas, do assédio moral e das pressões nos bancos. Não somos uma categoria em adoecimento, já estamos adoecidos. Por isso, queremos envolver neste debate os órgãos públicos e a sociedade civil organizada. O capital não pode estar acima da dignidade humana, da vida e da nossa saúde”, afirmou Fabiano Moura.
A gravidade da situação foi confirmada pela representante do CEREST Recife, Karla Accioly. Ela destacou que a categoria é a segunda mais adoecida entre os trabalhadores atendidos pelo centro de referência do Recife. Além disso, frisou que as doenças mentais e comportamentais atingem, principalmente, trabalhadoras mulheres, com idade entre 24 e 43 anos.
“Ouvimos denúncias e relatos graves, por exemplo, sobre gestantes que entram de licença maternidade e retornam perdendo comissionamento ou de bancários adoecidos que não entram na licença médica por medo de perder o emprego. O Ministério do Trabalho e o Ministério da Saúde precisam entender que houve uma alteração no perfil do adoecimento bancário, com a LER/Dort dando espaço para o adoecimento mental”, ressaltou a vereadora Liana Cirne (PT).
De acordo com a Superintendente Regional do Trabalho, Suzineide Rodrigues, o órgão criou um GT nacional para fiscalização do assédio moral nos bancos privados. “Essa fiscalização vai ter como resultado um relatório para que o Ministério do Trabalho possa criar políticas públicas voltadas ao tema, que também servirá de elemento para os representantes dos trabalhadores dialogarem com os bancos. Um ambiente de trabalho com assédio moral não é positivo para ninguém”, conclui Suzineide.
