Governo cede às pressões do centrão e anuncia mudança na presidência da Caixa

O Governo Federal anunciou, nesta quarta-feira (25), mudanças para a presidência da Caixa Econômica Federal, cedendo às pressões políticas do Congresso. De acordo com a nota, Rita Serrano, empregada de carreira e oriunda do movimento sindical, será substituída por Carlos Antônio Vieira Fernandes. 
A indicação foi parte do acordo do Governo Lula com o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o centrão, para aumentar o apoio às propostas do Executivo no Congresso. A troca ocorreu no mesmo dia em que a Câmara aprovou o projeto que tributa investimentos de brasileiros em offshores e fundos de alta renda.
 “Mantemos nossa posição de que a Caixa não pode ser moeda de troca para nenhum governo, pois é um banco público fundamental para o desenvolvimento do país e dos brasileiros. Está evidente a prática do ‘toma lá dá cá’, numa barganha que envolve pautas fundamentais para as mudanças fiscais no país, com Arthur Lira liderando um Congresso com muito poder na defesa dos interesses da elite. Nossa preocupação é quem dará as cartas na política da Caixa? O Governo Federal ou o centrão?”, questiona o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.  “Com a nossa autonomia e liberdade sindical, frente a qualquer governo, defenderemos esta instituição 100% pública e a valorização e dignidade dos empregados, que hoje já trabalham em um ambiente de adoecimento, assédio moral e metas abusivas”, completa Fabiano Moura.  
Carlos Antônio Vieira é economista e empregado da Caixa. Ele assumirá a Caixa Econômica num momento importante, de retomada do papel social do banco 100% público. Com a volta de políticas públicas que visam beneficiar a população, em especial a de baixa renda, a Caixa tem mostrado sua eficiência e capacidade de contribuir para o crescimento social e econômico do país.
Com relação aos empregados, a mudança ocorre em meio a tentativa de negociação sobre o Saúde Caixa. “Vamos acompanhar de perto a prática da nova gestão da Caixa para assegurar o respeito aos empregados e seguir cobrando o que neste momento é o nosso foco, o fim do teto estatutário de 6,5% da folha para contribuição da empresa para o plano de saúde e a manutenção dos princípios da solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional. Queremos um Saúde Caixa com capilaridade e que seja viável para os empregados. Neste sentido, está mantido o Dia Nacional de Luta dos empregados da Caixa, previsto para 30 de outubro em todo o país, que mostrarão que estão mobilizados para impedir qualquer tipo de retirada de direitos”, conclui a representante do Nordeste na CEE/Caixa e secretária-geral do Sindicato, Cândida Fernandes.

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