Banco do Brasil frustra representantes dos funcionários na mesa de negociação

Representantes dos funcionários do Banco do Brasil reuniram-se com representantes do banco para mais uma rodada de negociação sobre Plano de Cargos e Salários (PCS), remuneração e programa Performa. Ao contrário do que era esperado, no dia 13 de setembro, o banco não apresentou nenhuma proposta ou avaliação sobre o assunto para o movimento sindical, demonstrando uma postura de desrespeito ao processo de negociação permanente. 
Outras demandas já apresentadas em mesas anteriores também seguiram sem respostas, como a implantação para todas as bases sindicais da jornada de 6 horas para os cargos de Supervisor de Atendimento e Assistentes, com a devida indenização via Comissão de Conciliação Voluntária (CCV); o fim da dita “cesta de pontuação” nas avaliações de desempenho (GDP); o fim da ferramenta “Conexão” individualizada, que expõe terrivelmente funcionários não comissionados e possibilita ranqueamento entre os colegas, ferindo a Convenção Coletiva de Trabalho; Sistema Automático de Concorrência a Remoção (SACR) de maneira permanente; mais contratações de funcionários. 
“Buscamos avanços nas mesas de negociação, mas chegamos a ser surpreendidos com um pedido por parte da negociadora de envio da nossa minuta. Esperamos que a mesa permanente seja valorizada pelo banco e que haja comprometimento com a busca da solução de problemas e de melhorias para os trabalhadores”, avalia a representante do Nordeste na CEBB, Sandra Trajano.
 O movimento sindical também aguarda algum posicionamento da empresa sobre outras propostas já apresentadas, tais como: revogação do Performa com aumento das comissões nos moldes como era anteriormente antes de 02/2020; volta do módulo Básico e Avançado para os Gerentes; aumento no valor das letras de mérito (M) e letras de Antiguidade (A); aumento no valor do piso dos escriturários/agentes comerciais, com reflexo para todos os funcionários; e incorporação de 10% do valor da comissão exercida pelo funcionário a cada ano. A empresa respondeu que essas questões ainda estão em estudo por parte de um grupo interno do banco, que trata de remuneração e encarreiramento.
 
“A cobrança de metas abusivas continua adoecendo os funcionários do BB, que entrou na lógica perversa do mercado e se tornou uma máquina de moer gente. Por isso, é urgente que o banco traga um retorno sobre as reivindicações apresentadas pela Comissão e mostre, na prática, que se preocupa com os seus funcionários, reconhecendo a importância do papel social desempenhado por esses trabalhadores e por este banco público. O retorno da mesa de negociação permanente só será verdadeiramente um avanço caso o banco leve a sério este instrumento, sem seriedade fica muito difícil. Sem avanço nas pautas apresentadas, só nos restará o enfrentamento”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura.
O Banco do Brasil coloca na responsabilidade do Governo Federal, por meio da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), a dificuldade em avançar nas propostas, devido ao tempo necessário para poder conversar com a secretaria. “O argumento não se justifica, pois as nossas propostas não alterariam as despesas com a folha. São apenas ajustes em cargos e horários, e retorno de programas de aperfeiçoamento, que resultariam em melhorias para o funcionalismo sem necessidade de verba especial por parte do BB”, esclarece Sandra Trajano.

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