Programa de prevenção à violência de gênero marca avanço no histórico de lutas da categoria

O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se reuniram no dia 10 de abril, para o lançamento do Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres, de conscientização da sociedade, incluindo das bancárias e bancários no ambiente de trabalho, sobre o combate à violência de gênero. 
O presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fabiano Moura, participou do evento em São Paulo. “Este programa é resultado da nossa luta e dos avanços na mesa de negociação que conquistamos nos anos 2000, sobre Igualdade de Oportunidade, que inclui o combate à violência de gênero dentro e fora do ambiente de trabalho”, ressalta Fabiano Moura, que também é membro do Comando Nacional dos Bancários. 
A secretária da Mulher do Sindicato, Alzira Cavalcanti, destacou as iniciativas já em andamento no Estado. “Em Pernambuco, já implementamos o Projeto Basta para acolhimento das bancárias que sofrem com a violência doméstica e seguimos fortalecendo as ações pela prevenção à violência contra as mulheres”, destaca.
A proposta do novo programa é provocar uma transformação social, através da conscientização. A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, destacou que a violência doméstica impacta na produtividade das mulheres no trabalho, seja por motivos psicológicos ou por motivos de saúde. “Em briga de marido e mulher temos, sim, que meter a colher, porque machuca não só a mulher, mas toda a sociedade”, frisou.
Na ocasião, as Organizações Não Governamentais (ONGs) Papo de Homem, Me Too Brasil e IMP Instituto Maria da Penha, contratadas pelos bancos para responder às demandas do movimento sindical, inseridas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), apresentaram suas propostas de trabalho para o Programa Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres: treinamentos, cartilhas, um livro, além de palestras em várias regiões do país, voltadas tanto ao público bancário quanto à sociedade civil.
O evento ainda contou com a mesa “Igualdade das mulheres na sociedade”, onde a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a retomada de políticas públicas direcionadas ao combate da desigualdade social entre homens e mulheres e a violência de gênero, com destaque para o projeto de lei, enviado pelo governo Lula ao Congresso, que determinada igualdade salarial entre homens e mulheres. “A diferença desta lei, em relação ao que tínhamos até hoje, pela CLT, é que ela determina quem fiscaliza e a aplicação de multa para as empresas que não cumprirem a legislação”, pontuou a ministra.
Segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) sobre a categoria bancária, a remuneração das mulheres é 22,2% menor que a média dos colegas do sexo masculino. Ao analisar o recorte racial, a desigualdade é ainda mais aprofundada: a remuneração da mulher preta é, em média, 40,6% inferior à remuneração do homem bancário branco.

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