Governo eleito terá desafio de tirar o Brasil do Mapa da Fome

De acordo com levantamento da Rede Penssan  – Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, entre 2020 e 2022 a fome dobrou nas famílias com crianças de até 10 anos de idade, e o número total de pessoas que passam fome superou os 33 milhões.  
Ainda sobre os dados apresentados, 21% das famílias da Região Nordeste estão em situação de insegurança alimentar. Nacionalmente, esta insegurança atinge 64% dos domicílios comandados por mulheres e 65%  dos lares comandados por pessoas pretas.
O dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Geraldo Times, afirma que é necessário que todos estejam mobilizados para acabar com a carestia e a fome no país.“Nós, enquanto Sindicato solidário, com o apoio da categoria bancária, estamos neste período de insegurança alimentar do país realizando ações para reduzir, mesmo que um pouco, a fome que atinge milhões de brasileiros. Já distribuímos milhares de cestas básicas em comunidades carentes, mas sabemos que muito mais precisa ser feito a partir de uma política pública que atenda às necessidades da população. Sem dúvidas, precisamos apoiar candidatos que priorizem o combate à fome e à miséria no Brasil”, comenta Geraldo.
O governo eleito para comandar o país a partir de 2023 vai encontrar enormes desafios. Desde a eleição do atual governo Federal, a população brasileira sofre com o aumento da desigualdade, alta dos preços dos alimentos, redução de políticas públicas e dificuldades de produção de alimentos em locais de seca.
A Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2014, publicava mais uma edição do relatório “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo”, que mede a fome de acordo com o Indicador de Prevalência de Subalimentação. Segundo o relatório, o número de brasileiros subalimentados havia caído 82%, entre 2002 e 2013, e representava naquele momento menos de 5% da população. 
Neste período, o Brasil deixou de fazer parte do Mapa Mundial da Fome. Porém, por falta de capacidade e empenho do governo Federal, o país voltou a ser incluído pela ONU no Mapa da Fome.
Em 2021, aproximadamente 828 milhões de habitantes do planeta passaram fome. No Brasil, o percentual de brasileiros e brasileiras que não têm certeza de quando vão fazer a próxima refeição está acima da média mundial. Mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau – leve, moderado ou grave (fome). O país regrediu para um patamar equivalente ao da década de 1990.
Medidas como a retomada da valorização do salário-mínimo, ampliação dos programas de transferência de renda e a revogação do Teto de Gastos podem ser adotadas para que o Brasil deixe de fazer parte do Mapa da Fome mundial.
“A falta de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento social aumentou a desigualdade no Brasil. Por isso, o tema da fome tem sido recorrente nas eleições e deverá pautar as ações do próximo governo, ou estaremos fadados à miséria. O Brasil tem condições de alimentar todo seu povo e ainda exportar”, destaca o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.

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