Bancários paralisam Bradesco Concórdia em protesto contra demissões

Apesar de alcançar um lucro de 19,6 bilhões em nove meses, o banco Bradesco demitiu mais de 85  funcionários em Pernambuco (Jan. a Out. 2021) e fechou quase 9 mil postos de trabalho em doze meses, no Brasil. Para denunciar a contradição “acúmulo de capital x miséria e exploração”, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou uma paralisação de protesto até meio dia, na agência Concórdia nesta terça-feira (23/11). 
A unidade bancária, situada no mesmo edifício onde funciona a diretoria regional do banco, no Centro do Recife, amanheceu com cartazes e faixas que manifestaram a insatisfação dos funcionários com a prática gananciosa adota pelo banco. 
“Para o banco, todos nós, caixas, chefias, gerentes, somos apenas uma matrícula. Mas, não seremos peças descartáveis nesse jogo perverso do capitalismo, porque nós temos valor para classe trabalhadora. Não somos um número, somos João, Maria, José, somos pessoas, e exigimos respeito e dignidade. Os banqueiros continuam demitindo e são sócios da miséria, porque enquanto tem 20 bilhões no cofre do Bradesco, tem 20 milhões de pessoas no Brasil passando fome. Não dá para aceitar isso”, afirma Fabiano Moura, Presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
 A receita obtida pelo Bradesco com prestação de serviços e tarifas bancárias, considerada fonte “secundária” de receita, consegue pagar todas as despesas de pessoal e ainda sobra 38,3%. O Sindicato denunciou ainda que, apesar de cobrar caro aos clientes, o banco promove a precarização do atendimento. Em doze meses, foram fechadas 765 agências e 120 postos de atendimento (PA). “Essa é uma negativa tendência seguida por todos os bancos privados, que não apresentam contrapartida social, mas seguem lucrando à custas de sobrecarga e adoecimento dos bancários e exploração dos clientes”, ressalta a secretária de Bancos Privados, Dileã Raposo.
A representante na COE Bradesco e secretária de Finanças do Sindicato, Suzi Rodrigues, reforçou que a mobilização teve amplitude nacional. “É uma vergonha que  um banco que lucra tanto como o Bradesco não tenha a coragem de manter seus funcionários e pratique assédio moral e metas abusivas, adoecendo os bancários. Então, hoje, foi o dia de dizermos  ao Bradesco, com atos e paralisações em todo o País, que não vamos aceitar a demissão de pais e mães de família em plena pandemia”, conclui.

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