
Fruto da forte mobilização do Sindicato dos Bancários de Pernambuco na manhã desta quarta-feira (17), o banco Santander assumiu o compromisso com a entidade de realizar uma negociação presencial na próxima semana para tratar sobre demissões imotivadas e a prática de assédio moral. A abertura de diálogo só foi possível após o Sindicato paralisar as atividades da agência Imperador, no Recife, onde funciona a Superintendência do banco, em protesto contra demissões de quatro funcionários com estabilidade no emprego.
Para a representante da COE Santander e dirigente da Fetrafi-NE, Tereza Souza, o banco precisa rever as recorrentes práticas abusivas, que afetam diretamente seus funcionários.
“O banco Santander se comprometeu com o Sindicato, que até o final da tarde desta quarta-feira vai marcar a agenda para debater pendências sobre demissões, assédio moral, metas abusivas e outros pontos que serão apresentados pela entidade. O importante é o canal de negociação aberto com o banco, fruto da resistência da categoria e do movimento sindical. Algumas atitudes do Santander são inaceitáveis”, destaca Tereza.
Os dirigentes do Sindicato e da Fetrafi-NE mantiveram a unidade bancária fechada, realizando panfletagem, intervenções públicas e apresentação teatral, até as 12h.
“Os bancários demitidos em novembro têm histórico de doença ocupacional, com estabilidade, o que é conhecimento do Santander. Não há razões que justifiquem as demissões desses trabalhadores, principalmente, se olharmos para o lucro bilionário que o banco teve na pandemia. Esperamos que o banco cumpra o que prometeu, pois, se não houver reunião de negociação retornaremos com ações ainda mais contundentes”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários, Fabiano Moura.
Mesmo obtendo lucro líquido gerencial de R$ 12,467 bilhões nos nove primeiros meses de 2021, o Santander segue descartando os bancários. “Nas demissões ilegais dos bancários com estabilidade, os funcionários trabalhavam na instituição financeira há cerca de 30 anos e adoeceram como consequência do trabalho realizado no banco. Não aceitaremos essa truculência do Santander, assim como de qualquer outro banco privado”, conclui Dileã Raposo, Secretária de Bancos Privados do Sindicato.