Dirigentes sindicais do mundo debatem diretrizes contra precarização no teletrabalho

O avanço da tecnologia associado à pandemia resultou na aceleração do processo de implementação do teletrabalho no sistema financeiro. Diante desta modalidade de trabalho que hoje, no Brasil, atinge 50% da categoria bancária, lideranças sindicais de vários países trocaram experiências e discutiram diretrizes de atuação para resguardar os direitos dos trabalhadores. Participaram quase 600 dirigentes sindicais de todos os continentes, entre eles a representação do Sindicato dos Bancários de Pernambuco.
Promovido pela UNI Global Union, entidade que representa mais de 20 milhões de trabalhadores em todo o mundo, o seminário virtual (webniário) também foi uma realização da UNI Finanças Mundial e a ICTS (Information, Communications, Technology, and Services). Representando o Brasil no debate, a dirigente sindical de São Paulo e presidenta da UNI Finanças, Rita Berlofa, destacou que ““Exemplos não faltam de que sindicatos fortes resultam em acordos de trabalho remoto com garantias de direito. Por isso, nosso primeiro princípio fundamental é a defesa da liberdade de associação e da negociação coletiva para os trabalhadores à distância”.
Além destes dois princípios, o contrato de teletrabalho deve garantir direitos iguais para trabalhadores em home office e trabalhadores presenciais; respeito à jornada e garantia do direito à desconexão (que o trabalhador possa ficar off fora de sua jornada); e que os empregadores permaneçam responsáveis pela saúde, segurança e fornecimento dos equipamentos necessários.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues, que acompanhou o Webinário, avalia que o trabalho remoto é uma tendência que ultrapassará a pandemia. “Os bancos continuam lucrando e reduziram seus custos. Então, acredito que o teletrabalho se tornará uma modalidade cada vez mais recorrente. O que não aceitaremos é que os empregadores se valham dessa mudança para precarizar os contratos de trabalho”, destacou Suzi. O movimento sindical bancário brasileiro firmou acordo com dois dos maiores bancos privados no país, Itaú e Bradesco, e com o público Banco do Brasil.
Além do combate à precarização, outros pontos fundamentais para a luta diante do teletrabalho são:  restringir o uso de ferramentas de vigilância (há registro de uso de câmara de vigilância dentro da casa de bancários em outros países para controle do trabalho); prever que trabalho remoto deve ser voluntário e nunca uma obrigação imposta pelo empregador (sempre com atenção à correlação de poder entre empresa e empregador, o que reforça a necessidade do Sindicato como mediador); respeito ao horário de trabalho e garantia o direito à desconexão; e que os trabalhadores em trabalho remoto devem ter os mesmos direitos dos demais trabalhadores no que diz respeito aos cursos de formação e ascensão profissional.

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