Após os bancos privados descumprirem o acordo firmado com o movimento sindical de que não haveriam demissões neste atual período de crise causada pela pandemia do novo coronavírus, o número de bancários demitidos aumentaram significativamente. Nesta quarta-feira (25), o Sindicato dos Bancários de Pernambuco conquistou a reintegração da bancária do Bradesco – Boa Viagem, Ednalva Sampaio, e da bancária Rubia Cintia, do banco Santander – agência Olinda.
Para o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, o trabalho em defesa do emprego da categoria bancária sempre foi prioridade em Pernambuco.
“Nós em Pernambuco somos exemplos em conquistar reintegrações no nosso estado, já que trabalhados, incansavelmente, em defesa dos direitos das bancárias e bancários. No Brasil, em menos de dois meses, o Bradesco já demitiu mais de 2.500 funcionários. A pandemia não acabou, tendo aumento significativo de infectados e mortos pela Covid-19. Não vamos cruzar os braços para mais estas injustiças cometidas pelos banqueiros”, destaca Rufino.
A Gerente de Relacionamento, Ednalva Sampaio, foi demitida no dia 13 de outubro, com mais de 28 anos de dedicação ao Bradesco. Inicialmente da agência localizada em Vitória de Santo Antão, foi transferida, após sua solicitação, para capital pernambucana.
“Eu solicitei minha transferência, já que tenho dois filhos que estudam no Recife. Infelizmente, assim que assumi, os problemas causados pela pandemia começaram. Fui cobrada e assediada por não conseguir apresentar o mesmo resultado que vinha dando na minha gestão em Vitoria, onde era destaque constante nas ações do banco e estava sempre muito bem”, ressalta Ednalva.
Ednalva foi diagnosticada em 2016 com lesões por esforço repetitivo e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT), mas demitida durante a pandemia, mesmo possuindo estabilidade pré-aposentadoria e a doença ocupacional adquirida no exercício das suas funções.
O caso da bancária do Santander, Rubia Cintia, demitida no dia 17 de agosto deste ano, também entra na estatística dos bancários demitidos em plena pandemia. Com LER/DORT adquirida pela repetição constante em sua função de caixa nos oito anos dedicados ao banco, Rubia, após desligada, procurou o Sindicato para ter apoio jurídico e de saúde.
“Sempre ouvi falar que o Sindicato dos Bancários de Pernambuco atua fortemente para defender os bancários. Comigo não foi diferente. O Sindicato me deu todo apoio e um norte para como proceder nesta fase. Os dirigentes foram fundamentais para esta minha reintegração”, comenta Rubia.
De acordo com a presidenta do Sindicato, Suzi Rodrigues, os ataques dos banqueiros e do governo federal neste período de pandemia estão sendo fortemente combatidos pela entidade.
“Estão utilizando a pandemia para dar continuidade ao desmonte contra classe trabalhadora. Os bancos privados segue lucrando. O Bradesco, por exemplo, já obteve lucro de R$ 12,657 bilhões nos primeiros nove meses de 2020. Não podemos aceitar que demitam, já que os lucros são exorbitantes. Além das reintegrações, lançamos em Pernambuco uma grande campanha para denunciar as demissões e a ganância dos bancos privados”, enfatiza Suzi Rodrigues.