Bancários
e bancárias de todo o país vão até Brasília, nesta terça-feira
(29), para debater a importância dos bancos públicos para a
sociedade brasileira. O seminário “O Brasil é nosso” será
promovido pelas frentes parlamentares mistas em Defesa da Soberania
Nacional e em Defesa dos Bancos Públicos como parte da campanha em defesa dos bancos públicos, da soberania nacional, do crédito, do
emprego e do desenvolvimento e conta com o apoio da Confederação
Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e da
Federação Nacional das Associações dos Empregados da Caixa
(Fenae).
A
presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzi Rodrigues,
participará do evento, que será realizado no teatro do Sindicato
dos Bancários de Brasília (EQS 314/315, Bloco A – Asa Sul,
Brasília/DF).
“Os
bancos públicos são instrumentos estratégicos. Quando bem usados
pelo governo, dispõem crédito para o desenvolvimento e,
consequentemente, geram emprego e renda para os trabalhadores”,
explicou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.
“Mais
do que isso, os bancos públicos são fundamentais para o
desenvolvimento igualitário do país, como determina a Constituição
Federal e a legislação específica do sistema financeiro. São os
bancos públicos que concedem crédito para as regiões mais
carentes. Os privados concentram sua atuação na região Sudeste”,
completou a presidenta da Contraf-CUT, lembrando que somente os
bancos públicos investem onde os privados não têm interesse. “Os
bancos privados têm como objetivo o lucro. Os públicos visam o
retorno para a sociedade”, concluiu.
Crédito
para quem precisa
Um
levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística
e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados do Banco
Central de março de 2019, mostra que 90,9% do crédito na região
Norte é concedido por bancos públicos. No Centro-Oeste, 88,1%; no
Nordeste 84,8%; e no Sul 80,5%. Somente na região Sudeste os bancos
privados detêm a maior parte do crédito (69,3%).
Até
a gestão passada, o predomínio dos bancos públicos na carteira de
crédito era ainda maior. Em fevereiro de 2018, os bancos públicos
eram responsáveis por 94,5% do crédito na região Norte; 91,8% no
Centro-Oeste; 87,3% no Nordeste; e 84% no Sul.
Considerando
as carteiras específicas de crédito rural e habitacional, os bancos
públicos respondem por 72,9% e 80,5%, respectivamente, dos
financiamentos para estas áreas em todo o país, chegando a
responder pela totalidade do crédito destas carteiras em algumas
regiões.
Soberania
O
vice-presidente da Federação Nacional das Associações dos
Empregados da Caixa (Fenae), Sergio Takemoto, que é também
secretário de Finanças da Contraf-CUT, ressaltou ainda a
importância dos bancos públicos para a soberania nacional. “Em
2009, quando os bancos privados restringiram ainda mais o crédito, o
governo usou os bancos públicos para estimular a economia e evitar
estragos ainda maiores ao país”, lembrou. “O país precisa
manter essa ferramenta estratégica fundamental para conseguir
controlar o fomento ao desenvolvimento do país”, concluiu.
Na
manhã do dia seguinte ao do seminário, também em Brasília, a
categoria bancária se junta a trabalhadores de outras categorias
para participar do ato em defesa da soberania nacional. A atividade
ocorrerá em frente à sede do Ministério da Economia, na Esplanada
dos Ministérios, Bloco P.