Bancários, população, vereadores, funcionários públicos, dirigentes sindicais e clientes dos bancos públicos, participaram da Audiência Pública em Defesa dos Bancos Públicos e Estatais, realizada no sábado (26), na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe (PE). Um documento com o resultado da atividade será apresentado pelo vereador Deomedes de Brito (PT) no expediente da Casa.
Entre os vereadores da Casa Dr. José Vieira de Araújo, estiveram presentes Deomedes de Brito (PT), Ernesto Maia (PT) e Joab Gomes (PSB). Todos os vereadores foram convidados para a atividade. O deputado Federal Carlos Veras (PT-PE) enviou o bancário Cléber Rocha representando o seu mandato, que tem compromisso com as pautas da classe trabalhadora e com a defesa dos bancos públicos.
A agenda foi articulada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco, que está levando o debate sobre a importância social da Caixa Econômica, Banco do Brasil e Banco do Nordeste para diversos municípios do Interior do Estado.
“Essas audiências públicas são importantíssimas, pois debatem com a sociedade civil a importância e papel dos bancos públicos para a economia local, como através do incentivo de crédito aos pequenos e médios empresários. Estamos comprometidos com a defesa dos bancos públicos e também nos incorporamos à luta geral da classe trabalhadora contra as privatizações e em defesa da soberania nacional”, afirma o dirigente do Sindicato e secretário de Comunicação da CUT-PE, Fabiano Moura.
No Brasil, 46% das agências bancárias são públicas, movimentando cerca de R$ 1,4 trilhão em operação de crédito. Os bancos públicos também são responsáveis por 80% do crédito imobiliário (R$ 597 bilhões de financiamentos imobiliários) do País e 72% do crédito rural (R$ 180 bilhões em financiamento).
“Vender os bancos estatais é um absurdo. Aqui, em Santa Cruz do Capibaribe, mais de dez mil residências foram construídas pela Caixa Econômica Federal, com geração de emprego. O Banco do Brasil tem o FIES, PRONETEC, ajuda o homem do campo nos rincões deste País, aonde o privado não vai. O Banco do Nordeste é o CrediAmigo, apoia o pequeno empreendedor. Então, precisamos fortalecer a esquerda, os movimentos sociais e os sindicatos. Infelizmente, querem acabar com os sindicatos, porque querem acabar com a força da sociedade organizada. Mas, uma semente foi plantada aqui em defesa dos bancos públicos”, avalia o vereador Deomedes de Brito.
Em Pernambuco, 50,9% das agências bancárias são públicas e realiza 66,7% das operações de créditos ativas. Com relação ao crédito imobiliário, os bancos públicos são responsáveis por 100% dos financiamentos. Também pertencem aos bancos públicos, 91,4% do crédito rural no Estado.
“Quando a empresa é pública, o governo e a população fiscalizam. Temos ouvidorias que funcionam, porque trabalhamos para a sociedade e temos que responder a essa sociedade. Então, quando defendemos os bancos públicos, estamos defendendo acesso à moradia e à universidade, a independência de uma mulher trabalhadora que quer abrir o seu próprio negócio, empréstimo a baixo custo. Os bancos privados não têm interesse em crédito de risco”, conclui a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Cândida Fernandes.
ENCONTRO
Antes de iniciar a Audiência Pública em Defesa dos Bancos Públicos e Estatais, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou o VIII Encontro dos Bancários do Interior, das 9h ao meio-dia. O evento aconteceu pela primeira vez no município de Santa Cruz do Capibaribe. Na ocasião, a supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Jackeline Natal, apresentou dados sobre os impactos da revolução 4.0 na categoria bancária. “Parabenizo o Sindicato por ter essa coragem de manter essa atividade, promovendo uma discussão estrutural, sobre a privatização e sobre a questão das transformações do mundo do trabalho que vão modificar profundamente a vida de toda sociedade, ampliando as atividades presenciais no Interior”, destaca Jackeline.
