Apesar
de todo esforço empreendido pela Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Anabb, AAFBB e FAABB,
a inconsequente decisão da Contec de se retirar da mesa de
negociação com a Diretoria Executiva da Cassi, anunciada no dia 9
de outubro, traz graves prejuízos para a construção de uma solução
consensual para a Caixa de Assistência dos funcionários do Banco do
Brasil.
A
falta de uma proposta urgente para solucionar a situação da Cassi
poderá resultar em uma possível alienação da carteira da Caixa de
Assistência dos funcionários do Banco do Brasil.
De
acordo com a secretária-Geral do Sindicato e membro da COE BB,
Sandra Trajano, esta não é a primeira vez que a Contec se exime das
suas responsabilidades, prejudicando a luta movimento sindical e,
consequentemente, a categoria bancária.
“Em
1996/97 a Contec abandonou o processo de negociação com o BB.
Naquela negociação, defendemos a aprovação de um acordo com o
banco que garantisse a manutenção do PCS que tinha interstícios de
12 % a cada três anos. A Contec se retirou do processo negocial e
ajuizou dissídio no TST. O resultado foi que perdemos o PCS. Dois
anos depois, em mais uma campanha salarial, a defesa era por um
acordo com o BB que garantisse a manutenção do anuênio, e a Contec
mais uma vez abandonou o processo negocial, ajuizando dissídio no
TST, e perdemos o anuênio, que garantia o reajuste automático de 1
% ao ano. Em 2004, a Contec ajuizou o dissídio e tivemos que aceitar
uma proposta rebaixada e a compensação dos dias parados. Agora, a
Contec desiste mais uma vez e quer entregar a decisão para a ANS.
Aonde vamos parar?”, critica Sandra Trajano.
A
saída da Contec dos debates, neste momento, provoca atraso na
negociação, tendo em vista que a Cassi entendeu que uma proposta
efetiva só poderá ser construída com participação e consenso de
todas as entidades. A Contraf-CUT e a COE-BB enviaram ofício ao BB,
que aceitou negociar a partir da premissa presente na última
proposta apresentada ao corpo social, que trata da contribuição por
dependente.
“Entendemos
que a cobrança de percentual por dependente equaliza o uso da Cassi
e não representa quebra de solidariedade. Embora a Cassi tenha se
recusado a negociar a proposta construída por um grupo de 26 pessoas
que estavam presentes no Seminário de Saúde dos Funcionários do
BB, as mesas de negociação com as entidades estavam acontecento.
Assumimos o compromisso de deixar os interesses de lado para
encontrarmos uma solução, mas a Contec não cumpriu ao sair da
mesa”, afirma Sandra.
A
intervenção da ANS e a iminente ameaça de alienação da carteira
da Cassi são consequências da não aprovação da última proposta
apresentada ao corpo social. Na ocasião, o voto “sim” pela
aprovação, orientado pela Contraf-CUT, representou a maioria dos
votos, mas não alcançou o quórum de 2/3 estabelecido no estatuto.
A votação foi marcada por disseminação de desinformações e
confusão em razão da votação referente à prestação de contas
da Cassi.