Sindicato aponta censura da Caixa Cultural – Recife ao espetáculo Abrazo

A Caixa Cultural – Recife suspendeu a temporada do espetáculo Abrazo, do grupo teatral potiguar Clowns de Shakespeare, sem maiores esclarecimentos. A Peça, inspirada na obra do escritor uruguaio Eduardo Galeano, fala sobre um País onde não é permitido que as pessoas se abracem ou demonstrem qualquer afeto. Com oito apresentações agendadas, entre 7 e 15 de setembro, apenas a primeira sessão foi encenada. Para o Sindicato dos Bancários de Pernambuco o cancelamento do espetáculo é um ato de censura à liberdade de expressão.
“A Caixa Cultural, enquanto órgão público vinculado ao governo Federal, deve explicações sobre o veto ao espetáculo Abrazo, que estava na programação em razão da aprovação no edital 2019. Com os recentes acontecimentos envolvendo expressões artísticas, como o cancelamento do edital da Ancine para conteúdos LGBT, além das tentativas de apreensão de livros na Bienal do Livro no Rio de Janeiro, vemos com preocupação essa ação da Caixa no Recife”, afirma a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
O diretor do espetáculo, Marco França, utilizou as redes sociais para divulgar vídeo de denúncia.   “ Uma censura travestida com argumentos jurídicos. Vemos um momento de barbárie no País, onde a verba pública para pesquisa e educação são cortadas, livros são censurados, artistas estão sendo perseguidos e tendo suas obras censuradas. Não nos calarão”, diz.
Montado pela primeira vez em 2015, o espetáculo tem o roteiro dramatúrgico  assinado por César Ferrario. No palco, os atores Dudu Galvão, Camille Carvalho e Paula Queiroz se revezam entre os personagens da fábula – o Rapaz, a Florista, o Soldado, o Índio, a Avó, um General e o Menino. Como não há diálogos, tudo é narrado através de mímicas, desenhos e projeções.
A dirigente do Sindicato e cordelista, Susana Morais, critica a postura da Caixa Cultural. “É grave que um equipamento cultural importante para o Recife, como a Caixa Cultural, retire da programação uma peça teatral que traz um debate tão importante sobre a liberdade. Somos contra qualquer forma de censura”, conclui.

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