
Nesta segunda-feira (29), em São Paulo, o Banco do Brasil anunciou mais um plano de reestruturação que afetará diretamente os bancários e grande parte dos setores da instituição financeira. Representantes do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, entre outros dirigentes sindicais do País, participaram da reunião através de videoconferência.
Pronto para ser implementado já neste segundo semestre de 2019, o programa, entre outros pontos, traz um novo plano de desligamento incentivado. “Esta nova reestruturação vai trazer mais sobrecarga para os bancários. Não concordamos com este processo de desmonte e precarização. Muito pelo contrário, queremos mais contratações, realização de concurso, para dar mais qualidade no atendimento aos clientes, bem como para realização do trabalho dentro das agências”, destaca a secretária-Geral do Sindicato e funcionária do Banco do Brasil, Sandra Trajano.
Com a reestruturação, o Banco do Brasil irá criar 42 novas Agências Empresas até o mês de outubro. Neste processo, o BB vai transformar 333 agências em Postos de Atendimento Avançado (PAA) e outros 49 PAAs em agências.
“Embora cobrado na mesa, o BB não apresentou informações sobre qual será o impacto da mudança de nível das agências, que sabemos que gera perda de dotação e de comissão. Com a mudança, o cálculo das agências e metas serão redirecionados e vamos continuar cobrando esses esclarecimentos. Vemos com preocupação a não transparência do banco, pois a reestruturação anunciada gera uma série de desdobramentos que afetam todo o conglomerado BB, seu corpo funcional e clientes”, afirma Sandra Trajano.
As agências digitais serão as prioridades para o Banco do Brasil. Para a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a medida afeta um dos principais pilares da instituição, que é seu caráter social. “Já encontramos uma forte adequação dos bancos privados para o modelo de agências digitais. A característica pública do BB de atendimento direto aos mais pobres está ameaçada. Esse processo prejudica os bancários, a população e o desenvolvimento do Brasil”, afirma.
A adesão ao novo plano de desligamento voluntário será de caráter pessoal. Teoricamente o Banco do Brasil só vai aplicar o PDV nas agências que tiverem quadro em excesso, mas é preciso fazer consulta prévia e saber a real necessidade dentro de cada agência. O Sindicato orienta que casos de pressão para adesão ao plano sejam denunciados à entidade.