
Em 200 dias de governo Bolsonaro, os bancos públicos já venderam R$ 16 bilhões em ativos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (23), pelo jornal O Estado de São Paulo. A Caixa e o Banco do Brasil foram os principais atingidos pela medida de “desinvestimento” que visa a privatização das estatais.
“O governo orienta as vendas por parte dos bancos públicos e afirma que não quer ‘competir com banqueiro’. É importante lembrar que os bancos públicos exercem um papel social que deve ser preservado, além de serem comprovadamente lucrativos. O governo está liquidando o patrimônio brasileiro em favor do mercado e em detrimento da população”, critica a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues.
Apenas no primeiro semestre, a Caixa vendeu ações do ressegurador IRB Brasil Re e da Petrobrás (R$ 10 bilhões). A Caixa vai listar os negócios de seguros, cartões, lotéricas e gestão de recursos na Bolsa e vender as participações detidas pelo FI-FGTS, com previsão de outras 15 operações.
“Reduzir o tamanho dos bancos públicos é desinvestir no desenvolvimento social e econômico do País. Historicamente, o setor privado não realiza investimentos em habitação, saneamento, saúde e educação pública. É um retrocesso imensurável”, avalia a secretária de Bancos Públicos do Sindicato, Cândida Fernandes.
No caso do Banco do Brasil, até o momento, foram vendidas a participação na Neoenergia (R$ 1,775 bilhão) e encerradas as atividades da BBTur, de viagens, e vendeu, juntamente com o BNDES, a fatia que detinha na Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação (SBCE) por R$ 3,27 milhões.
Segundo a publicação, ainda há uma fila de vendas pela frente: empresa de recuperação de créditos vencidos, a Ativos, o banco Votorantim, do qual é sócio com a família Ermírio de Moraes; BB Americas, sua filial nos Estados Unidos, além do argentino Patagônia.