
Apesar de ter lucrado R$ 3,5 bilhões apenas no 1º trimestre de 2019, o banco Santander no Brasil não tem garantido segurança para os seus funcionários, clientes e demais usuários do sistema financeiro. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou um ato de protesto, na agência Casa Amarela, para denunciar a prática ilegal adotada pelo banco ao realizar atendimento na área que antecede a porta detectora de metais, além de cobrar providências da Superintendência Regional do Santander.
A entidade esteve presente na abertura da unidade bancária nesta quarta-feira (17). Na ocasião, uma mesa de atendimento com funcionário, computadores e cadeiras foram posicionados no autoatendimento, local sem a necessária segurança.
A presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, critica a postura de desrespeito adotada pelo Santander. “O banco está cometendo uma ilegalidade, descumprindo o Código de Defesa do Consumidor, ao impedir que o consumidor entre na agência, e a Lei Municipal de Segurança Bancária (Nº 17.647/2010), ao colocar em risco a vida dos clientes e dos colegas bancários. Caso haja uma ação criminosa, não há proteção alguma, é um desrespeito com a vida dessas pessoas”, afirma.

Além da falta de segurança, as senhas distribuídas na “área de contenção” não apresentavam data ou horário da chegada dos clientes, inviabilizando a comprovação do tempo de espera na fila, que por lei deve ser de no máximo 15 ou 30 minutos, a depender do dia da semana.
O Sindicato distribuiu material informativo para orientar clientes e usuários a realizarem a denúncia ao Banco Central e ao Procon PE, além de procurarem reparação financeira na Justiça, caso sejam vítimas de investidas no banco, como assaltos, estelionato, entre outras modalidades de crime.
“A quantidade de funcionários para atender os clientes é insuficiente e os bancos criam artifícios para empurrar os usuários para outra rede bancária, correspondentes, autoatendimento. Mas em nenhum local desses você estará seguro, como dentro de uma agência bancária com porta detectora de metais”, alerta o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino.
Os dirigentes dialogaram com a população internamente e também na área externa da agência. O cliente do Santander, Elias Wanderley, criticou a postura do banco e também fez a sua denúncia: “O Santander impede que eu saque um valor menor que 2 mil reais no caixa. Recebo meu salário e sou obrigado a sacar no autoatendimento, correndo risco de ser assaltado na saída. Outro problema é que tenho colegas na empresa onde trabalho que não sabem usar a máquina. Eles também só podem sacar no autoatendimento. Pedem ajuda a quem estiver por perto, sem saber se é funcionário ou não, podendo perder tudo em um golpe”, relata.

Enquanto o autoatendimento estava tomado pela população que aguardava atendimento gerencial, as cadeiras para espera dentro da agência estavam vazias. A funcionária do Santander e secretária da Mulher do Sindicato, Eleonora Costa, destacou a questão discriminatória por trás da ação. “Estamos denunciando também o tratamento discriminatório que a população do bairro de Casa Amarela está recebendo do Santander. Nas agências Santander de bairros vizinhos, como Casa Forte e Parnamirim, não está acontecendo isso. O banco quer lucrar com a população de Casa Amarela, mas não quer gastar com segurança, água e atendimento com clientes. Hoje estão sendo atendidos no autoatendimento, daqui há pouco será na calçada”, conclui.