Audiência pública debate impactos da reforma da Previdência na vida das mulheres

 

Para debater os impactos negativos da Reforma da Previdência na vida das mulheres, as dirigentes do Sindicato do Bancários de Pernambuco e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi-NE) participaram de uma audiência pública, na manhã desta segunda-feira (27), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

Realizada pelo mandato da deputada Federal, Marília Arraes (PT), e da deputada Estadual, Teresa Leitão (PT), com organização e apoio da Comissão Especial sobre a reforma da Previdência da Alepe e da Subcomissão Especial de Seguridade da Mulher da Câmara dos Deputados, o encontro reuniu mulheres representantes de movimentos feministas e sindicais. A audiência esclareceu pontos relevantes da misógina reforma da Previdência, constatando que a proposta é prejudicial principalmente para as mulheres.

A proposta do governo é que a aposentadoria seja concedida às mulheres que atingirem idade mínima de 62 anos e tempo mínimo de contribuição de 20 anos, sendo necessário 40 anos de contribuição para garantia da aposentadoria integral. “Temos uma realidade em que as mulheres ocupam mais do que o dobro do tempo dos homens na dedicação ao trabalho doméstico. Outro ponto prejudicial para as mulheres é com relação às pensões. Hoje, é possível acumular pensão por morte com a aposentadoria. Com a reforma, será preciso optar por um dos benefícios. Vale ressaltar que 83,7% das pensionistas são mulheres”, alerta a deputada Federal, Marília Arraes.

A deputada Estadual, Teresa Leitão, frisou as desigualdades do mercado de trabalho e apontou as categorias que serão mais prejudicadas pela reforma da Previdência. “No contexto que vivemos de um governo de corte autoritário, excludente, machista, racista, é natural, para eles, que a reforma também traduza todos esses elementos. Por isso, é importante discutirmos as desigualdades do mercado de trabalho, que já existem e foram aprofundadas pela reforma trabalhista que dialoga com essa PEC. Elas se mantêm nessa reforma. As categorias mais atingidas são as que a presença da mulher é muito marcante: trabalhadoras rurais, professoras e as domésticas”, avalia a deputada Estadual, Teresa Leitão.

Para presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, as medidas do governo Bolsonaro representam um grave retrocesso na vida das mulheres. “Bolsonaro está promovendo um profundo desmonte social no País. E as mulheres são as mais prejudicadas pela proposta de reforma da Previdência. Mas, a população já deu o seu recado nas ruas. Não vamos aceitar retirada de direitos! Vamos seguir debatendo com as trabalhadoras e trabalhadores para enfrentarmos esses retrocessos”, afirma.

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco participa de nova mobilização convocada pelo movimento estudantil, no dia 30 de maio, que é mais um ato rumo à greve geral da classe trabalhadora, em defesa da aposentadoria e contra o corte de verbas para Educação pública. No dia 11 de junho, a categoria delibera sobre a participação dos bancários na greve geral, convocada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho.

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