Em Brasília, indígenas denunciam retrocessos e exigem direitos

Com o lema “Sangue indígena. Nas veias a luta pela terra”, 4 mil indígenas reúnem-se no 15º Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília, para denunciar os retrocessos e a violação de direitos constitucionais. A mobilização, iniciada na última  quarta-feira (24), ocorre sob forte clima de tensão em razão da presença da Força Nacional convocada pelo governo Bolsonaro.
O desmonte da FUNAI, por meio da Medida Provisória 870, que transfere o órgão responsável pela política indigenista do Estado brasileiro do Ministério da Justiça para o recém criado Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, foi uma das primeiras medidas editadas pelo governo Bolsonaro. A atribuição de demarcação de terras indígenas foi retirada da FUNAI e entregue para Secretaria de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA, sob comando da bancada ruralista.
Sem diálogo com os povos indígenas, o governo também anunciou, através do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mudanças no atendimento à saúde indígena, objetivando a municipalização. A medida tem a intenção de desmontar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), levando a extinção do subsistema de saúde indígena no País.
Uma comitiva de cerca de 400 indígenas, integrantes de 12 povos diferentes de Pernambuco, participam do acampamento. No quarto Estado brasileiro com a maior população indígena, a luta e a resistência são permanentes. “O Acampamento Terra Livre acontece todos os anos e é um espaço para diálogo com os governos. Cobrarmos ações que assegurem educação, saúde, saneamento e terra para os povos indígenas. Mas, desta vez, o governo Bolsonaro colocou a Força Nacional contra os indígenas. Isso é um absurdo”, afirma o secretário Intersindical do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e índio do povo Pankararu, Rubens Nadiel.  
Desde o início de 2019 os povos originários do Brasil não dão trégua aos retrocessos anunciados pelo governo Federal. Manifestações ocorreram em janeiro e em março por todo o País, em defesa da vida dos povos indígenas. O Acampamento Terra Livre segue com programação que inclui Audiências  públicas, plenárias nacionais, rituais indígenas, atividades culturais e marcha, até a sexta-feira (26).

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