
Listado entre as empresas estatais que devem ser privatizadas pela Secretaria de Desestatização do governo Federal, o Banco do Nordeste injetou mais de R$ 40 bilhões na economia da Região. Os números ratificam a eficiência do banco e dos seus funcionários. Em fevereiro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender a redução do maior banco de desenvolvimento regional da América Latina.
A mais recente proposta ventilada pela equipe econômica do governo Bolsonaro é a fusão do Banco do Nordeste com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A medida já teria o aval do Palácio do Planalto para ser implantada.
A possível fusão desagradou a bancada nordestina no Congresso, que reúne 216 deputados. Na avaliação do dirigente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Fernando Batata, o banco poderá ser utilizado como moeda de barganha para aprovação da reforma da Previdência. “É uma maneira de iniciar uma negociação na Região onde Bolsonaro teve o menor índice de aprovação na eleição. Então, acho que politicamente o governo está jogando com os interesses dos governadores”, avalia.
O BNDES e o Banco do Nordeste exercem funções diferentes, embora ambos sejam Federais e voltados para o desenvolvimento econômico. O BNDES não tem atividades comerciais e volta-se para o desenvolvimento dos setores e grandes empresas, enquanto o Banco do Nordeste atua na Região, concedendo crédito para o micro e pequeno empresário. Além de comprometer o desenvolvimento do Nordeste, a extinção desse banco ameaça à geração de empregos.
Para o secretário Intersindical e membro da Comissão Nacional dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil, Rubens Nadiel, o Banco do Nordeste é imprescindível para a Região.
“Batemos o recorde de investimentos, injetando R$41 bilhões na economia da Região. Agora, há uma desestruturação. Agências estão sendo fechadas e o Programa de Incentivo à Aposentadoria reduziu o funcionalismo. Então, nosso papel enquanto funcionários e dirigentes é fortalecer o banco, que opera na agricultura familiar com o Pronaf, tendo impacto na população mais carente”, afirma.

Na última quarta-feira (27), representantes de sindicatos de bancários do Nordeste participaram de uma reunião, na sede do Sindicato, para debater estratégias de defesa do Banco do Nordeste. Uma das propostas dos dirigentes é a criação de um comitê em defensa do Banco do Nordeste.