O Sindicato dos
Bancários de Pernambuco participa nesta semana do 1º Encontro
Nacional LGBT da Central Única dos Trabalhadores, em São Paulo. O
evento tem o objetivo de mostrar a importância do combate à
discriminação no mundo do trabalho.
De acordo com os dados
levantados pela empresa Elancers, apresentados no Encontro, cerca de
20% das empresas no Brasil não contratam gays, lésbicas, travestis
e transexuais em razão da sua orientação sexual e de identidade de
gênero. Outras 7% não contratariam homossexuais em nenhuma hipótese
e 11% só contratariam se o candidato não ocupasse cargos de níveis
superiores.
“Ainda hoje no mundo do trabalho, os
trabalhadores LGBT ainda são muito discriminados. Dentro dos bancos
temos alguns avanços importantes, mas a necessidade de diálogo
constante continua existindo. Principalmente quando menos de 4% da
categoria se sente confortável para assumir sua identidade, enquanto
pessoa trans, por exemplo. Cabe a nós, representantes de classe,
lutar para erradicar qualquer tipo de preconceito dentro do ambiente
de trabalho”, afirma a secretária de Bancos Públicos do
Sindicato, Cândida Fernandes, que participa da agenda.
A
pesquisa foi apresentada por Ubirajara Caputo, técnico do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese). Segundo ele, é enorme o desafio do movimento sindical para
conseguir dados de pesquisas sobre a situação formal da população
LGBT no mercado de trabalho, o que dificulta um diagnóstico mais
concreto e a elaboração de propostas para resolver possíveis
problemas. “E quando essas pessoas são contratadas, são colocadas
nos bastidores, no caso, estamos falando das travestis e transexuais
que são as primeiras que apanham e as últimas a serem ouvidas”,
diz Caputo.
Os poucos postos no mundo do trabalho formal que
as empresas permitem que sejam ocupados frequentemente por essa
população estão entre os mais precarizados, como é o caso do
telemarketing.
O 1º Encontro Nacional LGBT da CUT também
abordou o crescimento do ódio, estimulado por um governo de extrema
direita, o debate sobre o desemprego e a precarização decorrente da
reforma trabalhista de Michel Temer (MDB), e o desafio do movimento
sindical diante da conjuntura que tem deixado às chamadas minorias
com medo de agressão, violência, discriminação e repressão.