Depois de o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ter incluído o Banco do Brasil na lista de estatais que não devem ser privatizadas, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que poderá haver uma associação do BB com o maior banco americano, o Bank of America (BofA).
“Mesmo que a transação com o BofA não se concretize, o episódio deixa claro que o futuro ministro quer ver o BB em mãos estrangeiras. Guedes usará seus argumentos econômicos para defender a venda de todas as empresas públicas, como já declarou diversas vezes; e o BB está na mira”, alerta a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Sandra Trajano.
A consequência da privatização e fusão no ramo financeiro é a onda de demissões, além da redução do papel social desempenhado pelos bancos públicos.
“As pequenas e médias empresas que dependem das linhas de financiamento do banco, os agricultores familiares e os funcionários precisam mobilizar-se para lutar contra a privatização, caso contrário, o BB deixará de ser um banco público”, avalia.
Considerando que o BB gera lucro para a União, não há justificativa para a venda da empresa. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), nos nove primeiros meses de 2018, o BB lucrou R$ 9,7 bilhões. O número representa um crescimento de 22,8% com relação ao mesmo período em 2017. Já o lucro líquido do banco, alcançou, no mesmo período, R$9,06 bilhões, o que demonstra um crescimento de 14,6%.