O Sindicato dos Bancários de Pernambuco conquistou, nos últimos quinze dias, três novas reintegrações. Com estas, sobe para 50 o número de trabalhadores reintegrados pela entidade. A mais recente aconteceu nesta terça-feira (24). Funcionária do Itaú há 12 anos, onde exerce a função de supervisora, na agência de Campo Grande (Recife-PE), Natália Vieira foi demitida em maio deste ano. Cerca de três meses depois, a Justiça reconheceu o equívoco da empresa e solicitou a reintegração da bancária por liminar.
“Além de sofrermos com uma rotina desgastante, vez por outra somos vítimas de injustiça por parte da empresa. É realmente muito difícil. Mas agradeço a todos o suporte que recebi do Sindicato. Ter sido assessorada tão bem em todo o processo foi muito importante nesse momento em que nos sentimos traídos e desvalorizados pelo banco”, avalia Natalia.
Durante o processo, a bancária foi diagnosticada com a Lesão por Esforços Repetitivos (LER/DORT) e, por este motivo, continuará em benefício pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) até o próximo mês. Além dela, outros dois bancários foram reintegrados na última semana.
Depois de 10 anos trabalhando na agência do Bradesco em Carpina, na Zona da Mata pernambucana, o bancário Deivid Travassos recebeu, no mês de setembro próximo passado, uma inesperada carta de demissão. Sem apresentar nenhuma justificativa, o banco, que havia lançado recentemente seu Programa de Demissão Voluntária Especial (PDVE), fez o comunicado ao funcionário, que imediatamente recorreu ao Sindicato dos Bancários de Pernambuco, a fim de ser reintegrado.
“Assim que recebi a carta acionei o meu advogado e o Sindicato para reparar essa injustiça. Só tenho a agradecer por todo o apoio recebido, que foi primordial para amenizar o meu sentimento de indignação ao constatar que, mesmo cedendo às pressões e dando meu melhor dentro da empresa, não tenho valor para eles. A minha expectativa agora é que, pelo menos, todos os parâmetros judiciais sejam respeitados”, desabafou o bancário.
Outro caso recente foi o de Simenes Lima, bancária há mais de 15 anos, que foi afastada de suas funções durante o processo de migração da Losango para o Bradesco. Quando procurou o auxílio do Sindicato, a empregada foi aconselhada a fazer a perícia do INSS, onde foi constatada a doença ocupacional.
Após o reconhecimento do INSS, ela procurou o escritório de representação da entidade, onde toda a parte judicial foi processada, e conseguiu, assim, o documento de reintegração. A bancária segue em licença médica até o final de novembro próximo.
Na avaliação do secretário de Saúde do Sindicato, Wellington Trindade, o ritmo acelerado das reintegrações registradas pela entidade demonstra que a categoria bancária está adoecida. “Todos os processos têm revelado as péssimas condições físicas e psicológicas dos trabalhadores, que estão sendo cada vez mais expostos dentro das empresas. Os números atuais são bastante preocupantes, mas o Sindicato vem se esforçando para atender a todos os que estão nessa situação, da melhor forma possível, não hesitando em oferecer o apoio moral e incentivo necessários. Continuaremos também fiscalizando a rotina dos bancários, a fim de identificar a fonte dos problemas e solucioná-los”, informa.