Reativação de um Grupo de Trabalho (GT) elaborar estratégias de enfrentamento ao crime contra empresas do ramo financeiro e monitorar as ações de segurança voltadas ao setor. Esta foi a reivindicação apresentada pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco à Secretaria de Defesa Social(SDS) do Estado durante audiência ocorrida na manhã desta segunda-feira(16).
Na ocasião, a organização sindical entregou o Mapa da Violência Bancária em Pernambuco – 2017, um programa desenvolvido pela entidade que permite o cruzamento de dados capaz de apontar o modo operante dos criminosos e as estratégias de enfrentamento de tais crimes. Os números apontam um total de 146 ocorrências, com 79 municípios afetados. A capital Recife lidera com 26 investidas.
Presente na reunião, a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, fala a respeito dos propósitos da entidade.“Nosso objetivo é contribuir para a segurança dos bancários e da população em geral, que diuturnamente estão expostos à violência. Estamos fazendo o nosso papel quando cobramos das autoridades providências no sentido de garantir o bem-estar da categoria e da população”, afirmou.
Participaram também da agenda, o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino; o gerente de Crise da Força Tarefa Bancos da SDS, coronel Torres; e o chefe da Unidade de Coleta e Tratamento de Dados da (GASE/SDS), Gustavo Brasil.
Além do Sindicato e da própria SDS, a proposta de recriação do GT inclui a participação do Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Sindicato dos Vigilantes de Pernambuco, direção dos bancos, Ordem dos Advogados do Brasil -Pernambuco (OAB-PE), estudiosos do assunto, entre outros.
“O Sindicato participou há dois anos de um GT sobre violência bancária e o resultado dessa articulação foi muito positivo: incluímos a ‘saidinha bancária’ nos Boletins de Ocorrência, o sistema de segurança dos bancos melhorou e o crime reduziu. Se houver interesse político do Governo de Pernambuco, vamos consegui reduzir esse tipo de investida que assombra nosso Estado”, garantiu o secretário de Assuntos Jurídicos, João Rufino.
Os representantes da SDS comprometeram-se em apresentar o documento elaborado pelo Sindicato, assim como a proposta de retomada do GT ao Secretário de Segurança do Estado, Antônio de Pádua. “É de interesse da SDS fazer o cruzamento desses números, bem como dialogar com a sociedade sobre segurança. Vamos apresentar as demandas ao comando da pasta e logo marcaremos uma nova agenda para encaminhamentos”, assegurou Torres. Segundo ele, os registros da SDS não contabilizam, por exemplo, assaltos a clientes dentro de agências que não resultem em roubo de numerários. Sendo assim as disparidades entre os números do Sindicato e os da secretaria podem resultar de questões metodológicas.
A carência de efetivo policial nos municípios do Interior foi denunciada pelo secretário do Sindicato, João Rufino, e, inclusive, reconhecida pelo interlocutor da GASE, Gustavo Brasil. “Na capital temos uma força policial mais efetiva”, confirmou. Segundo Rufino, ao apresentar os dados o Sindicato espera respostas concretas do governo. “Precisamos trazer alento à população do Interior. Muitos precisam se deslocar mais de 80 quilômetros para usar os serviços de uma agência bancária”, destacou.
Na oportunidade, a presidenta do Sindicato, Suzineide, ressaltou ainda que os bancos não terão interesse em reabrir as unidades explodidas, se não houver garantia de segurança pública após o horário do expediente bancário. “É preciso refletir sobre porque os bancos preferem pagar milhões em multa em lugar de reabrir uma agência. A falta desses bancos é preocupante, já que gera falência do comércio local, eleva o desemprego, aumenta as saidinhas bancárias nas agências dos municípios vizinhos e precariza o atendimento dos correspondentes bancários”, concluiu.