O Sindicato dos Bancários
de Pernambuco realizou nesta terça-feira (21), ato de denúncia
contra a postura intervencionista do banco Santander no processo de
fundação do sindicato dos bancários norte-americano. A atividade
faz parte da Jornada Internacional de Luta, convocada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT), em solidariedade aos bancários dos EUA.
O objetivo da agenda
internacional é reivindicar a assinatura de um acordo de
neutralidade, que assegure a não interferência da direção da
empresa nas decisões dos trabalhadores no que diz respeito à
participação sindical, bem como contra as represálias sobre
aqueles que optarem pela filiação.
Em Pernambuco,
funcionários do Santander e dos demais bancos públicos e privados
se reuniram em frente à agência Veneza, na avenida Conde da Boa
Vista, uma das mais movimentadas da cidade. Os trabalhadores
defenderam o direito à organização, imprescindível para luta de
classe.
De acordo com a
presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, a organização
sindical é fundamental para a garantia dos direitos. “O
Santander não pode interferir na organização dos trabalhadores. Ao
contrário, deve reconhecer as associações de classe e participar
das negociações”, defende.
Já para o funcionário
do Santander e diretor da Fetrafi/NE, Aluízio Lira, os trabalhadores
do mundo não podem aceitar cerceamentos. “Nós conquistamos o
direito de nos organizar em sindicatos contra a exploração dos
banqueiros. Exigimos que a direção do Santander faça um referendo
e assine o acordo de neutralidade”, reivindica.
Apesar dos bancários
norte-americanos representarem 1/3 da categoria no mundo, ainda não
conseguiram se organizar em entidades sindicais. Só o Santander dos
EUA, algoz de funcionários que desejam se sindicalizar, emprega 15
mil bancários.
“Os trabalhadores
dos Estados Unidos não possuem legislação que garanta os direitos
de classe. Sem os sindicatos, os trabalhadores ficam entregues ao
chicote do patrão”, critica o diretor do Sindicato e secretário
de comunicação da CUT-PE, Fabiano Moura.
Na ocasião, Moura
alertou os trabalhadores brasileiros sobre o alinhamento ideológico
entre as políticas implementadas nos EUA e as propostas do governo
ilegítimo de Michel Temer. “Lá eles tem Trump, aqui nós temos
o golpista Temer. As diferenças são pouquíssimas”, conclui.