Bancários se solidarizam aos funcionários do Santander dos EUA pelo direito à organização sindical

Em solidariedade aos colegas norte-americanos, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco participa da Jornada Internacional de Luta para apoiar os trabalhadores do Santander nos Estados Unidos da América (EUA). A convocação parte da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) para as organizações sindicatais de todos o país. Apesar do segmento baseado nos EUA representar 1/3 da categoria no mundo, ainda não conseguiu se organizar em associações devido à interferência da direção do banco.

No Recife, o ato ocorrerá nesta terça-feira (21), às 10h, em frente à agência Veneza do Santander, na avenida Conde da Boa Vista, centro do Recife. Além da atividade de denúncia pública, serão produzidos vídeos de dirigentes sindicais com mensagens de apoio aos companheiros estadunidenses.

O objetivo da agenda internacional é reivindicar a assinatura de um acordo de neutralidade, que assegure a não interferência da direção da empresa nas decisões dos trabalhadores no que diz respeito à participação sindical, bem como contra as represálias sobre aqueles que optarem pela filiação. Outro ponto posto em pauta é garantir que, caso a maioria dos empregados se filie a um sindicato, o Santander reconheça a entidade e, obrigatoriamente, participe das negociações coletivas.

Entre as diversas ações programadas, os sindicatos de cada país, onde o Santander tem representação, farão manifestações; e nas sedes do banco será entregue uma carta à direção local expressando o apoio aos 15 mil trabalhadores do Santander nos EUA.

De acordo com a diretora da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi-NE), Tereza Souza, a realidade dos bancários norte-americanos é de retrocesso. “Para conseguir fundar um sindicato lá eles precisam, além da aprovação de 50% mais um da categoria, assinar um documento concordando com a criação da entidade. Dessa forma, o Santander consegue identificar os funcionários e ameaçar de demissão aqueles que tentam se organizar como federações. O banco proíbe, inclusive, a aproximação de representantes de associações, que são barrados no estacionamento das agências”, afirma.

Assim como no Brasil, os trabalhadores do Santander nos EUA expressaram as suas preocupações acerca dos baixos salários, das manifestações de assédio pelos supervisores, das metas abusivas de vendas e cobranças e das práticas financeiras que colocam as vendas acima do bem-estar econômico dos clientes.

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