Conjuntura política e defesa das empresas públicas pautaram o I Encontro de Delegados Sindicais

A campanha nacional “Se é público, é para todos”, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas públicas, foi a principal temática do I Encontro de Delegados Sindicais de Pernambuco, que ocorreu nesta terça-feira (21) e teve a participação de dirigentes e delegados sindicais em um debate sobre a conjuntura política nacional.
De acordo com o secretário de Bancos Públicos do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Renato Brito, o encontro faz parte do processo de formação contínua de delegados e dirigentes sindicais. “Aprofundamos discussões acerca das prioridades do projeto de sociedade defendido pela classe trabalhadora, na atual conjuntura: não aceitamos perdas de direitos, defendemos as empresas públicas e a previdência social e a construção de um novo modelo macroeconômico”.
O delegado sindical da agência no Banco do Brasil em Barreiros, Alcides Pereira, que já representou os colegas de trabalho em vários mandatos, ressaltou que esse encontro, assim como o que ocorreu no dia da posse dos delegados, enriquecerá bastante os trabalhos desenvolvidos na base.
“No dia a dia, temos acesso a muitas informações específicas do funcionamento do banco, mas não a análises sobre a conjuntura política e os direitos dos trabalhadores. Encontros como esse são excelentes”, afirmou Alcides.
A delegada sindical da agência da Caixa no Recife Antigo, Taciana Ribeiro, concordou com o colega, acrescentando que “o conhecimento absorvido nesse encontro contribui para o fortalecimento das mobilizações nos locais de trabalho”.
O Encontro contou com as palestras do ex-deputado federal Paulo Rubem Santiago; do professor de ciência política da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Michel Zaidan e do economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) Felipe Miranda. Respectivamente, falaram sobre “Reforma da previdência”, “Privatizações” e “O papel dos bancos públicos no Brasil”.
Segundo Paulo Rubem, não é possível explicar previdência social sem avaliar o papel do Estado na economia. Ele explicou que a previdência social brasileira não é deficitária como os defensores da reforma afirmam. “A grande imprensa divulga dados manipulados para justificar uma reforma que representa décadas de retrocessos para os direitos dos trabalhadores”, defendeu Paulo.
Michel Zaidan corroborou a ideia de que bens juridicamente tutelados pelo Estado brasileiro, como saúde e educação, estão ameaçados durante a vigência do governo golpista de Michel Temer. Para o cientista político, se a presidenta eleita, Dilma Roussef, voltar ao poder, a pauta prioritária do movimento social brasileiro deve ser a reforma política por meio de uma constituinte exclusiva. “Deve ser exclusiva para que os constituintes não legislem em causa própria”, esclareceu Zaidan.
Por fim, Felipe apresentou dados que mostram que os bancos públicos são os responsáveis por atender à população menos favorecida economicamente no Brasil. “Os bancos públicos formam mercados, não tem um papel suplementar na economia. São os únicos que funcionam em muitas cidades do interior do país”, citou. O economista lembrou ainda que “as pessoas que defendem o Estado mínimo são justamente as que não precisam do Estado para viver”.
Depois das palestras e debates, dirigentes e delegados sindicais da Caixa e do Banco do Brasil reuniram-se, em dois grupos, para discutir as deliberações dos encontros nacionais de funcionários, que ocorreram no último fim de semana. Nessas reuniões, foi aprovada a formação do Comitê Estadual em Defesa das Empresas Públicas.

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