Bancário vítima de sequestro é demitido por justa causa pelo Santander

O Santander, mais uma
vez, desrespeitou o direito dos trabalhadores e demitiu, por justa
causa, um bancário que sofre com problemas psíquicos, após ter
sido vítima de investida criminosa no ambiente de trabalho, em
outubro de 2015. O funcionário viveu momentos de terror ao ter a
família sequestrada. Os bandidos alugaram uma casa ao lado da
residência dele e, pela manhã, os “vizinhos” bateram na porta
do bancário e anunciaram o sequestro.

A esposa, que também é
bancária do Santander, e o filho de dois meses foram mantidos
reféns, enquanto o bancário, que possui função de gerente, foi
levado à agência em que trabalha para buscar o dinheiro do resgate.
O bancário entregou o numerário da agência em que trabalhava, sob
a coação de criminosos que ameaçavam as vidas da esposa e do
filho.

O banco responsabiliza o bancário pela perda do
numerário e quer demiti-lo por justa causa. No último dia 18, o
Santander informou o funcionário sobre a demissão. Diante disso, o
Sindicato solicitou à Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego em Pernambuco (SRTE) que não seja aceito o pedido de
homologação da demissão ilegal feito pelo Santander.

O
médico do próprio banco atestou que o trabalhador sofre de
problemas psíquicos decorrentes do trauma sofrido e o encaminhou
para realização de perícia no INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social). A avaliação está marcada para a segunda semana de
fevereiro.

“O Santander está tentando burlar a lei
trabalhista e demitir o funcionário antes que ele seja licenciado do
trabalho pelo INSS, devido à doença ocupacional. O banco defende a
tese de que o bancário não deveria ter entregue o dinheiro, mesmo
que as vidas dos familiares dele estivessem em risco. Infelizmente, é
comum o banco ter práticas que adoecem os bancários e, depois que
eles estão doentes, demiti-los”, comenta o secretário de Assuntos
Jurídicos do Sindicato, João Rufino.

A Secretaria de Defesa
Social de Pernambuco investigou o caso e concluiu que é verídica a
versão registrada pelo bancário em boletim de ocorrência. “Em
vez de o Santander dar a assistência ao bancário que foi vítima de
um acidente de trabalho gravíssimo, quer puni-lo com uma demissão
por justa causa. Isso é inaceitável”, conclui Rufino.

Insegurança – A guarda das chaves por empresas de
segurança especializadas é um pleito antigo da categoria bancária
que os bancos se negam a atender. Mas são os bancários que arcam
com as graves consequências disso.

“Como ocorreu no caso em
questão, são recorrentes as situações em que os bancários que
guardam as chaves das agências, ou suas famílias, são vítimas de
sequestros. E a postura recorrente dos bancos tem sido de
responsabilizá-los por isso. O Sindicato tomará as medidas cabíveis
para garantir os direitos do casal de bancários e para diminuir os
prejuízos causados a eles”, reforça Rufino.  

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