A
retomada das negociações específicas com a Caixa, nesta
quinta-feira
(28),
escancarou
as verdadeiras intenções da direção da empresa: piorar as
condições de trabalho e o atendimento à população, além de
esvaziar o papel do banco público.
Durante
a reunião,
os interlocutores do banco anunciaram a abertura na próxima
segunda-feira,
1º de fevereiro, de um novo PAA (Plano de Apoio a Aposentadoria)
destinado a quem estiver aposentado pela Previdência Social até 31
de março deste ano e com mais de 48 anos de idade. De acordo com o
banco, cerca de 11 mil trabalhadores em todo o país reúnem essas
condições.
Esse
será o segundo PAA em menos de um ano. O de março de 2015 resultou
na saída de cerca de 3 mil bancários.
O
impacto desse tipo de medida pode ser avaliado pela liderança da
Caixa no ranking de reclamações do Banco Central em sete dos doze
meses do ano passado.
“A
postura da direção da Caixa é um absurdo. Viemos para a reunião
para cobrar mais contratações e o banco apresenta um plano para
diminuir ainda mais o número de empregados. Os bancários já estão
trabalhando sobrecarregados e a situação vai piorar ainda mais, já
que os representantes
do banco foram
categóricos:
não haverá novas contratações”, explica
a diretora do Sindicato, Anabele Silva, que é empregada da
Caixa.
Segundo Anabele, a sobrecarga de trabalho na Caixa tem
adoecido os bancários e prejudicado os clientes e usuários, que
enfrentam filas quilométricas. “Vamos intensificar os protestos
que temos feito por mais contratações (leia mais), acionar a Justiça e o
Governo Federal. Não aceitamos esta postura da direção do banco
que está sucateando a Caixa, um patrimônio do povo brasileiro”,
completa Anabele.
Ela lembra que o banco
está
descumprindo
o acordo coletivo de trabalho dos bancários, que determina
a contratação de mais 2 mil funcionários até o final de 2015. “O
ano acabou, o prazo para contratações terminou e, em vez de
aumentar o quadro, a Caixa dispensou 3
mil colegas pelo
PAA. E agora quer reduzir ainda mais o número de empregados. Vamos à
luta, não só para proteger os bancários, mas para valorizar a
Caixa enquanto banco público”, diz Anabele.
Os
sindicatos vão
organizar protesto nas redes sociais para o
dia
25 de fevereiro e um Dia Nacional de Luta em 2 de março.
Reestruturação
– Questionado
sobre a reestruturação nas Girets (Gerências de Retaguarda), os
negociadores do banco se limitaram a responder que foi colocado em
prática um projeto-piloto em Brasília.
A
empresa também informou que o PSI (Processo Seletivo Interno) está
suspenso devido à reestruturação.
Promoção
por mérito – A
instituição reiterou que o crédito da promoção por mérito
ocorrerá em fevereiro, mas retroativo a 1º de janeiro. Também
ficou de informar em 5 de fevereiro a quantidade de trabalhadores com
um ou dois deltas e quantos não terão direito. Cada delta
representa reajuste de 2,33% na tabela do Plano de Cargos e Salários
(PCS).
PLR
– A
publicação do balanço da Caixa está prevista para o final de
fevereiro. Diante disso, uma ressalva no acordo aditivo do banco
permite o pagamento entre 1º e 31 de março (na CCT a data limite é
1º de março). Mas o Sindicato reivindica a antecipação.
Saúde
Caixa – A
Caixa também negou a redução da coparticipação aos assistidos
baseada no superávit do plano. O movimento sindical vai insistir no
tema, pois a Caixa já havia concordado, em mesa de negociação, em
diminuir essa cobrança de 20% para 15% já a partir de janeiro deste
ano. Os negociadores do banco afirmaram que essa redução não
ocorreu porque foi rejeitada pelo Conselho Diretor da Caixa.