Frustrante. Assim pode
ser classificada a reunião realizada nesta sexta-feira (22) entre a
Caixa Econômica Federal e a comissão dos aprovados no concurso
público de 2014. Os representantes do banco reforçaram que não há
cronograma ou perspectivas para contratar novos empregados, incluindo
os portadores de deficiência. As duas principais justificativas
apresentadas foram as diretrizes do governo federal, no sentido de
reduzir gastos, e a retratação do mercado de trabalho.
Para
a secretária de Formação do Sindicato, Anabele Silva, a postura da
Caixa é intransigente e não deixa espaço para negociações.
“Estamos brigando com o banco por mais contratações há tempos,
pois a falta de empregados é absurda em todas as unidades da Caixa.
E a situação piorou muito no ano passado, quando cerca de 3 mil
empregados aderiram ao Plano de Apoio à Aposentadoria sem que as
vagas abertas fossem repostas. Enquanto isso, 30 mil aprovados no
último concurso esperam convocação”, afirma Anabele, que é
empregada da Caixa.
A presidenta do
Sindicato, Suzineide Rodrigues, destaca que o Sindicato também está
atuando em nível local para garantir a contratação dos
concursados. “Nacionalmente, os bancários estão negociando com a
Caixa e até já acionaram o Ministério Público do Trabalho para
garantir mais contratações. E, aqui em Pernambuco, o Sindicato está
preparando uma ação para ingressar na Justiça. Estamos buscando os
vários caminhos possíveis para garantir que as contratações sejam
feitas. A situação na Caixa é caótica. O banco está
desrespeitando os trabalhadores, os concursados e os clientes”,
afirma Suzineide.
Negociação sem avanços – Durante a reunião desta sexta, o banco
também foi categórico ao dizer que não vai repor sequer as vagas
deixadas após o Plano de Apoio à Aposentadoria do ano passado.
“Sobre a possibilidade de outro PAA em 2016, não confirmaram e nem
negaram. Mas enfatizaram que, se houver, também não farão
reposição. Ou seja, a Caixa não pretende nem mesmo chegar ao
quantitativo de 97.732 empregados, limite imposto por uma portaria do
Dest publicada no final do ano passado”, acrescenta Genésio
Cardoso, membro da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa.
Os
representantes da empresa alegaram ainda que, por força da
legislação, não pode ser prorrogada a validade do concurso
realizado em 2014, que terminará em junho. Eles asseguraram, porém,
que não haverá outro certame este ano. Já quando questionados
sobre o possível fechamento de agências, disseram desconhecer
proposta com esse objetivo.
Para o presidente da Fenae, Jair
Pedro Ferreira, a crescente demanda exige que a Caixa reforce o
quadro de pessoal. “Ainda mais agora que o governo fala em aumentar
a oferta de crédito por meio dos bancos públicos”, acrescenta
Jair.
Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão dos
Empregados, lembra: “a empresa acabou de completar 155 anos, e é
urgente dar um basta nesse processo de enfraquecimento. Para isso,
porém, é preciso valorizar os empregados e contratar mais”.