Está marcada para esta
terça-feira, dia 19, uma nova rodada de negociação entre os
representantes do Banco do Brasil e dos trabalhadores para discutir
problemas relacionados à Cassi. Na ocasião, espera-se que a
instituição aceite soluções para zerar o déficit da caixa da
assistência.
O movimento sindical reivindica mais
investimento e a adoção do Modelo de Atenção Integral à Saúde,
baseado na Estratégia Saúde da Família (ESF). Esse modelo consta
inclusive no estatuto da Cassi. Nele, uma equipe multidisciplinar
observa o grupo familiar durante o ano todo e, dessa forma, conhece
seu histórico de saúde, podendo agir na prevenção ao invés do
tratamento, quase sempre mais dispendioso.
Só que apenas
cerca de 25% dos usuários da Cassi usufruem desse modelo. Um dos
motivos é o questionamento, por parte do banco, sobre sua
eficiência. Experiências no Canadá e no Reino Unido atestam que é
possível até a redução dos custos ao longo dos anos, sem prejuízo
aos participantes.
Os representantes dos bancários criticam
as propostas do banco para resolver a situação deficitária da
caixa de assistência, que passam pelo corte de benefícios. O banco
já propôs a retirada de direitos dos funcionários na peça
orçamentária da Cassi no final de 2014.
“Precisamos
solucionar, de forma definitiva, os problemas financeiros da Cassi
para garantir que a nossa Caixa de Assistência continue atendendo os
funcionários com qualidade. Estamos apostando que essas negociações
rendam bons frutos”, diz a secretária-geral do Sindicato, Sandra
Trajano, que é bancária do BB.
Negociações – As
negociações específicas ocorrem desde 12 de maio, quando houve a
primeira reunião específica. Na ocasião, os representantes dos
associados apresentaram as premissas para uma Cassi sustentável:
manutenção do princípio da solidariedade, custeio de eventuais
déficits pelo patrocinador, responsabilidade com aposentados e
investimento para implantação de novo modelo de saúde e de
gestão.
“As negociações continuam por tempo
indeterminado. Os sindicatos ainda estão formulando outras propostas
que pretendemos apresentar ao banco. Queremos acertar com o BB um
cronograma de negociações sobre a Caixa de Assistência”, explica
Renato Brito, secretário de Bancos Públicos do Sindicato e
representante de Pernambuco no Conselho de Usuários da Cassi.
A
segunda rodada aconteceu no dia 19 de maio, data em que foi
apresentada a proposta do BB pelo então diretor de Relações com
Funcionários e Entidades Patrocinadas, Carlos Neri. A proposta
contém três partes e sugere a criação de um fundo para o
pagamento do compromisso com os aposentados.
Antes da abertura
do processo de negociação da Campanha Nacional da categoria, os
representantes dos ativos e aposentados e o BB reuniram-se em 4 de
setembro para discutir medidas emergenciais, visando garantir o
atendimento. As medidas adotadas evitaram o gasto total das reservas
livres nos quatro meses seguintes.
Encerrada a Campanha
Nacional, as reuniões sobre a Cassi foram retomadas. Em 3 de
dezembro, os representantes dos ativos e aposentados apresentaram
várias propostas para assegurar o bom funcionamento, sem corte de
programas ou de atendimento.
No dia 4 de dezembro, 350
bancários entre aposentados e ativos participaram da VII Conferência
de Saúde da Cassi, patrocinada pelo Sindicato, em uma clara
demonstração da preocupação e da vontade de se apropriar da
situação da caixa de assistência.
Em nova reunião
realizada no dia 21 de dezembro, os representantes dos associados
cobraram respostas sobre a finalização dos projetos que compõem as
ações estruturantes e também referentes aos investimentos para
viabilizar os projetos de sustentabilidade, apresentados durante o
processo de negociação.
Cobraram ainda a conclusão dos
projetos em relação à precificação e projeção de ganhos com a
implementação que, segundo o BB, estava em estudo. De acordo com o
banco houve impasse sobre precificação do projeto. O projeto foi
apresentado há quase um ano, mas o BB tem adiado a validação dos
cálculos, que são de responsabilidade da área financeira da Cassi,
cujo diretor é indicado pela instituição financeira.