Sindicato organiza bancários do BB contra os males da nova reestruturação do banco

O Sindicato participou,
nesta sexta-feira (15), do Dia Nacional de Luta contra o Modelo de
Reestruturação da Visin (Vice-Presidência de Serviços e
Infraestrutura), anunciado pelo Banco do Brasil na semana passada. No
Recife, o protesto ocorreu no prédio do CSL (Centro de Serviço de
Logística), no setor que será extinto com a reestruturação.

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Os
serviços que são realizados no CSL serão centralizados e restará
apenas o departamento de engenharia. Cerca de 80 bancários que
trabalham no centro perderão a comissão, que representa em torno de
50% da atual remuneração deles.

E a maioria desses bancários
não terá prioridade para concorrer a novas comissões, pois não
existem funções similares nas agências. “Cerca de 50
funcionários têm a função de ‘assistente B’ no CSL. Nas agências,
a função mais próxima é de ‘assistente de negócios’ (antiga
‘assistente A’), que possui remuneração superior. Por isso, o banco
considera ascensão um ‘assistente B’ assumir a função de
‘assistente de negócios’”, explica a secretária do Ramo
Financeiro do Sindicato, Andreza Camila.

“E por ser uma
ascensão, os bancários que perderam a comissão não têm
prioridade na concorrência dessa nova função”, explica Camila,
que é funcionária do Banco do Brasil.

Outra dificuldade
apontada pelos bancários é que eles vão disputar com colegas que
já trabalham nas agências. “Ainda que não seja uma regra, é de
praxe os gestores selecionarem funcionários que já trabalham na
agência onde foi aberta vaga, por já conhecerem o trabalho deles”,
afirma a diretora do Sindicato, Alzira Cavalcanti, que também estava
presente no ato desta sexta-feira.

Ato – Os
diretores do Sindicato passaram em todos os setores do CSL,
convocando os bancários para a reunião. “A adesão foi grande.
Dezenas de bancários se mostraram dispostos a participar das
mobilizações para minimizar os prejuízos causados aos
trabalhadores pela reestruturação”, comenta Alzira.

Além
disso, os bancários deram sugestões de soluções. “Um dos
pleitos é que o banco aumente o número de comissionados, pois
sabe-se que a demanda de trabalho é muito superior à que os atuais
funcionários com esses cargos podem dar conta”, afirma
Camila.

“Em vez de criar, nas agências, excedentes apenas
de escriturários, os bancários querem que sejam criados excedentes
de comissionados, para que não haja perdas salariais”, acrescenta
a diretora.

Reuniões – A secretária-geral do
Sindicato, Sandra Trajano, participou, nessa quinta-feira (14), de
uma reunião com a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB na
sede da Contraf, em São Paulo. Entre outras pautas, houve discussão
sobre a nova reestruturação do banco.

“O BB está, mais
uma vez, colocando em prática uma reestruturação sem a devida
negociação com os trabalhadores. O polo Recife não estava no
modelo inicial de reestruturação e acabou sendo um dos mais
prejudicados”, comenta Sandra, que também é funcionária do BB.

Além do Recife, a reestruturação atingirá, em maior
escala, as praças de Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo
Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Porto
Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

No
próximo dia 20, representantes dos trabalhadores se reunirão com o
BB para discutir possíveis soluções sobre a reestruturação.
“Depois dessa reunião, estabeleceremos um calendário de
mobilizações relacionadas ao assunto”, conclui Camila.

Luta
Segundo a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues,
trata-se de mais uma reestruturação que será implantada à toque
de caixa, como tem sido de costume no banco. “O prazo estabelecido
pelo BB, agora, é menor do que todas as reestruturações
apresentadas recentemente”, comenta Suzi.

“A
reestruturação deve movimentar centenas de funcionários, boa parte
no Recife. Durante a reunião que tivemos com o banco na semana
passada (leia mais), exigimos dos representantes do BB
garantias concretas de que todos os funcionários serão realocados
na mesma localidade, e sem perda de comissão. Também queremos a
prorrogação do prazo de reestruturação para que o movimento
sindical possa acompanhar e dialogar com o banco, visando a proteção
dos direitos dos bancários envolvidos”, diz Suzi.  

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