Sindicato e Ministério do Trabalho flagram Central de Assédio a Lesionados no Santander

O Sindicato acompanhou
nesta terça (22) a visita do Ministério do Trabalho à unidade do
Santander na Rua Siqueira Campos, no Recife. No local, eles flagraram
uma situação constrangedora. Em uma sala, mais de dez funcionários,
todos lesionados, todos distantes de sua agência de origem e em
desvio de função, trabalhavam segregados dos demais, em uma clara
situação de assédio moral.

“É uma situação vexatória.
O pessoal é estigmatizado e acaba sendo alvo de chacota. O local é
chamado pelos colegas de Sala de Castigo”, conta a diretora do
Sindicato Kátia Cadena, que acompanhou a visita, junto com o também
diretor Ronaldo Cordeiro.

Segundo os trabalhadores, a central
existe desde julho, após a chegada do novo superintendente regional.
A ação, segundo o banco, é chamada Plano de Choque e consiste na
cobrança de dívidas. Segundo os trabalhadores, as metas são
absurdas. “Passamos o dia ligando para os clientes. Os resultados
são expostos por e-mail. A cobrança é constante. Só podemos ir ao
banheiro uma vez por dia e com tempo cronometrado”, denuncia um
funcionário.

A fiscal do Trabalho também constatou a
completa inadequação do mobiliário: ergonomia fora do padrão, sem
apoio para os braços, fiação e ligações elétricas com risco
para os trabalhadores. E mais: “Discriminação contra lesionados,
segregação, assédio moral, desvio de função”, diz o diretor do
Sindicato Ronaldo Cordeiro.

Nenhum dos funcionários da sala é
da unidade da Siqueira Campos. Todos têm CAT (Comunicação de
Acidente de Trabalho) expedida e são portadores de doença
ocupacional. Todos estão em desvio de função e boa parte deles
tinha cargos gerenciais.

“Eu tinha uma carteira de
clientes. Cumpria minhas metas, tinha boa produtividade. Tenho,
inclusive, e-mail com elogios pelos meus resultados. De repente,
tiram minha carteira, minha função… me transferem arbitrariamente
para um lugar longe de minha residência, para fazer algo que não
condiz com o cargo que eu ocupo e com a minha formação e meus anos
de dedicação ao banco”, desabafa um bancário.

Segundo o
secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, João Rufino, isso
configura prática de assédio moral institucional. “Inclusive
algumas pessoas que denunciaram a situação foram alvo de
perseguição e até demissão”, denuncia Rufino.

Com o
resultado da fiscalização, o tema será tratado na Comissão de
Combate ao Assédio Moral do Ministério do Trabalho. “No próximo
dia 26, o Sindicato se reúne com o Superintendente Regional do
Trabalho para tratar do assunto”, diz Rufino.

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