Milhões de pessoas em
todo o país prometem tomar as ruas, nesta quarta-feira (16), para
defender a democracia e a legalidade do mandato da presidenta Dilma
Rousseff. Segundo os organizadores, participarão do protesto pessoas
de todas as tendências e cores partidárias que querem manifestar
seu repúdio ao processo de impeachment.
No Recife, o protesto
contra o golpe começa às 15h, na Praça Osvaldo Cruz. O Sindicato e
os bancários vão engrossar as manifestações. “O Sindicato dos
Bancários e os movimentos sindical e social estão juntos em defesa
da democracia. Esse processo de impeachment contra a presidenta Dilma
Rousseff é irresponsável e um atentado à Constituição”,
afirma a presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues.
Ela
salienta que não pesa contra a presidenta Dilma qualquer acusação
que permita o início de um processo de impeachment. “Ações deste
tipo deixam o país ainda mais vulnerável diante da crise econômica,
provocam instabilidade política e fragilizam as instituições
democráticas. E há muita gente interessada em um cenário deste
tipo”, comenta Suzi.
Projetos como o PLS 555, que promete
arrasar com as estatais e coloca em risco principalmente a Caixa e o
BNDES, e o PL que acaba com o regime de partilha do Pré-Sal mostram
que há muitos interesses de mercado em jogo.
Os protestos
– A manifestação foi agendada no dia 7 de dezembro, após
debates democráticos entre as entidades que compõem a Frente Brasil
Popular e a Frente Povo Sem Medo, que são integradas, cada uma à
sua maneira, por movimentos sociais de todos os estratos populares da
sociedade, pelas centrais e seus sindicatos filiados e por partidos
políticos.
As duas frentes pretendem reunir também aqueles
que, embora não filiados e não militantes, acreditam que a quebra
da ordem democrática vai prejudicar o povo, a classe trabalhadora,
enfim, aqueles que dependem do suor de seus rostos para sustentar
suas famílias e a si mesmos.
A decisão sobre o dia da
mobilização foi oficializada em reunião, em São Paulo, que
analisou propostas debatidas em encontros anteriores, formuladas por
um amplo espectro político. Entre as lideranças presentes ao
encontro, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, o coordenador
do MTST, Guilherme Boulos, a presidenta da UNE, Carina Vitral, o
coordenador da CMP, Raimundo Bonfim, e o presidente da CUT São
Paulo, Douglas Izzo. Na mesa, representantes dos movimentos
feministas, negro, LGBT, de moradia, ambientalista e outros.