Bancários protestam em defesa da Caixa 100% Pública e contra o PLS 555

Uma
série de atividades, atos e protestos agitaram o país nesta
segunda-feira (14) em mais um Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa
100% Pública e contra o PLS 555. O Sindicato fortaleceu a
mobilização, convocada pela Fenae (Federação Nacional das
Associações do Pessoal da Caixa). O objetivo é barrar o projeto do
Senado, que trata do Estatuto das Estatais e ameaça empresas
públicas federais, estaduais e municipais. 

Desde
as primeiras horas da manhã, diretores do Sindicato dividiram-se em
quatro equipes para visitar agências da Caixa, Banco do Brasil e
Banco do Nordeste. Foram distribuídos cartazes e um jornal
específico sobre o Projeto de Lei do Senado 555, produzido pela
Fenae. Os bancários também agitaram as redes sociais com protestos
contra o Estatuto das Estatais.

“O
PLS propõe que todas as empresas públicas e sociedades de economia
mista do Brasil sejam transformadas em sociedades anônimas. Por ser
um banco 100% público, a Caixa seria uma das empresas mais afetadas,
se o projeto fosse aprovado”, conta a presidenta do Sindicato,
Suzineide Rodrigues.

A
secretária de Comunicação do Sindicato, Daniella Almeida, que é
empregada da Caixa, ressalta que os bancários foram pegos de
surpresa com mais essa investida privativista. “Depois de vencermos
a luta contra a proposta de abrir o capital da Caixa em 2014, essa
nova tentativa de privatizá-la é vista com indignação pelos
empregados”, afirma. 

Além
da secretária de Comunicação, visitaram as agências da Caixa e do
BNB de Casa Amarela e de Casa Forte os diretores do Sindicato Kátia
Cadena, Fernando Batata, Cléber Rocha e Flávio
Coelho. 

Mobilização
– 
O
secretário de Bancos Públicos do Sindicato, Renato Brito, ressalta
que o objetivo do ato foi informar os bancários sobre o conteúdo do
PLS 555 e mobilizá-los na luta contra o projeto.

“Esclarecemos
que não existe meia privatização. Se houver abertura do capital,
haverá um choque de culturas organizacionais, e a função pública
da empresa se perderá facilmente face às necessidades dos
acionistas e investidores”, afirma Renato,
que visitou os bancos com os diretores do Sindicato Dileã Raposo e
Pedro Villa-Chan. 

No
caso do BB, que já é uma empresa de economia mista, haveria a
mudança no regime de ações. “Todas as ações passariam a ser
ordinárias. Ou seja, os seus detentores passariam a ter mais
ingerência sobre o banco”, explica Renato. 

Além
disso, o projeto proíbe a participação de pessoas filiadas a
sindicatos ou partidos políticos nos conselhos de administração
das empresas. “Essa proposta é inconstitucional, pois fere o
direito ao associativismo e à militância política”, completa o
secretário de Bancos Públicos. 


Estado
mínimo –
A
presidenta do Sindicato, Suzineide Rodrigues, destacou, nas agências
em que visitou, que esse projeto tem um claro objetivo de
descaracterizar o papel do Estado como indutor da economia e de
fortalecer o modelo de Estado mínimo. 

“Esse
projeto atinge 155 empresas públicas no Brasil e as uniformiza,
ignorando as especificidades delas. É o mesmo estatuto para uma
empresa municipal, para a Caixa e para a Petrobras, por exemplo”,
comenta Suzineide. 

Junto
com a presidenta do Sindicato, visitaram as agências da Caixa e BNB
da Conde da Boa Vista e do BB da Sete de Setembro, a secretária-geral
do Sindicato, Sandra Trajano, e os diretores Josenildo Santos (Fio) e
Francisco de Assis e a diretora da Fetrafi Tereza Souza. 

Na
surdina – 
A
secretária de Finanças do Sindicato, Jaqueline Mello, que também é
empregada da Caixa, ressaltou ainda que esse projeto tem avançado no
Senado “na surdina”, sem a devida discussão com a sociedade. “Os
defensores do projeto estão se utilizando da crise política para
avançar, sorrateiramente, na aprovação de projetos como esse. A
aprovação do PLS 555 representaria o sucateamento da Caixa”,
afirma Jaqueline. “Por isso, seus empregados têm se mostrado muito
dispostos a participar dessa luta pelas empresas públicas
brasileiras”, completa a diretora. 

Integraram
a equipe, junto com Jaqueline, os diretores Alan Patrício, Alzira
Cavalcanti, Luiz Henrique e os diretores da Fetrafi Manoel Spinelli e
Fernando Soares. Eles visitaram as agências da Caixa da Agamenon e
da Justiça Federal, a Caixa e
o BB do Espinheiro e o BNB da Agamenon.

Participe
desta luta! – 
Todos
os bancários estão convidados a se engajar nesta luta em Defesa da
Caixa 100% Pública e Contra o PLS 555. Não só postando fotos com
os cartazes da campanha nas redes sociais e enviando mensagens para
os parlamentares, declarando-se contrários ao projeto, mas também
participando dos atos organizados pelo movimento sindical.

“Esse
foi o primeiro de muitos atos que faremos. Apenas com muita
mobilização conseguiremos barrar esse projeto que, junto com o PLS
30, descaracterizaria por completo a função social dos bancos
públicos e feriria, letalmente, os direitos dos trabalhadores”,
finaliza Renato Brito.

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