Excesso de metas, falta de pessoal,
filas imensas, agências com problemas de estrutura e de segurança…
esses foram alguns dos problemas encontrados pelos diretores do Sindicato
em visita às agências no interior do estado, entre o final de novembro e o começo de dezembro. Some-se a isso a
estiagem, a dengue e outros problemas enfrentados pela população
local, o resultado foi um cenário de desânimo entre clientes e
bancários.
Apesar disso, o Sindicato foi muito bem
recebido em todos os locais por onde passou. “O pessoal demonstrou
satisfação quanto à condução da Campanha Nacional pelo
Sindicato. Apenas lamentou a falta de avanços na pauta específica
dos bancos federais. Vamos continuar a luta nas negociações e
mobilizações permanentes. E os bancários do interior se mostraram
dispostos a contribuir”, afirma a presidenta do Sindicato,
Suzineide Rodrigues.
Junto com a secretária geral do
Sindicato, Sandra Trajano, e a diretora Janaína Kunst, Suzi visitou
a área do Sertão do Araripe. Ela destaca, entre os problemas, a
falta de pessoal na Caixa. Em Araripina, por exemplo, a
agência tem um quadro de 15 pessoas: uma se aposentou, duas foram
transferidas, duas estavam de férias. “A situação, nesta e em
outras agências, estava caótica. Não conseguíamos sequer chegar
até os bancários”, diz Sandra Trajano.
Outro
trio, formado
pelos diretores Adeilton Filho, Eleonora Costa e Patrícia Moura,
visitou o Sertão do Moxotó. “Encontramos os problemas de sempre:
agências lotadas e falta de pessoal. Mas fomos muito bem recebidos,
fizemos várias reuniões, vários trabalhadores se filiaram… tudo
isso reforça nossa organização”, diz o secretário de Bancos
Privados do Sindicato, Adeilton Filho.
Desânimo
e problemas estruturais – Para
as duplas Flávio Coelho e Chico de Assis; Ronaldo Cordeiro e Sérgio
Guimarães, que visitaram Agreste e Sertão, o destaque da viagem foi
a quantidade de agências com problemas estruturais, geralmente
relacionados à falta de segurança e ocorrência de explosões e
arrombamentos.
Além
da situação da agência do BB em Venturosa, já relatado em matéria
anterior (leia aqui), várias outras unidades estavam sem funcionar
por falta de estrutura ou funcionando com tapumes e estrutura
inadequada. “Em Frei Miguelinho e Vertentes, por exemplo, o Banco
do Brasil já está há cerca de dois meses sem funcionar. Em
Toritama e Taquaritinga
do Norte, as unidades estão funcionando com tapumes, o que
compromete a segurança”, conta Ronaldo Cordeiro.
Ele
destaca, ainda, a situação do Santander de Santa Cruz do
Capibaribe, onde os bancários estavam trabalhando no meio de uma
reforma: “O pessoal lixando as paredes, o pó caindo em cima das
pessoas, um cheiro insuportável… esse foi o ambiente que
encontramos na agência”, descreve o
diretor.
O Sindicato já entrou em contato com a direção do banco para
solicitar providências.
A
situação da saúde pública, a seca e o abandono encontrados em
algumas das cidades visitadas também chamaram a atenção dos
diretores. “Os hospitais estavam lotados por causa da dengue. Em
muitas agências, encontramos alguns bancários trabalhando doentes”,
diz Ronaldo. O diretor Fernando Batata que, junto com Marcílio
França, visitou agências da Zona da Mata e Agreste, encontrou
cenário parecido: “Dá pra sentir o cansaço dos bancários com a
exigência de cumprimento de metas. Encontramos bancos federais,
principalmente BB, com má conservação das estruturas físicas.
Somado tudo isso à estiagem, a gente percebe uma sensação de
desânimo nas pessoas”, destaca o diretor.