Sindicato se une aos Banrisulenses e garante vitória contra ameaça de privatização

O
Sindicato se uniu aos funcionários do Banrisul em Porto Alegre que,
nesta terça (1), conseguiram uma importante vitória na defesa do
banco público. Desde
as primeiras horas da manhã, os
trabalhadores lotaram
as galerias da
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Para Janaína
Kunst, diretora do Sindicato e funcionária do Banrisul, a vitória
foi histórica: “No
final da votação, o PL 208, que cria a subsidiária Banrisul
Cartões e o PL 304, que cria a Banrisul Seguros, foram aprovados.
Mas,
junto com eles, foram aprovadas
emendas protetivas que condicionam a venda das duas novas
subsidiárias a plebiscito e que
garantem
que os diretores dessas empresas serão funcionários de carreira do
banco”, diz.

A
cada votação de emendas irrompiam aplausos ou vaias. Os aplausos
ocorreram em virtude da aprovação das duas emendas protetivas ao
Projeto de Lei 208 (Banrisul Seguros) e Projeto de Lei 304 (Banrisul
Cartões). Foram seis aplausos coletivos contra duas vaias. As vaias
ocorreram porque os deputados rejeitaram a proposta de vincular a
venda de qualquer quantidade de ações das duas novas subsidiárias
à votação em plenário da Assembleia Legislativa.

Os quatro
aplausos marcaram a satisfação de ver as duas novas subsidiárias
protegidas de qualquer tipo de tentativa de venda, a não ser por
autorização dos gaúchos e gaúchas por plebiscito, ratificando o
que dispõe o parágrafo 2º, do Artigo 22 da Constituição
Estadual. As outras emendas duplamente aplaudidas confirmaram que os
diretores das duas subsidiárias serão oriundos do quadro de
carreira do Banrisul.

O presidente do Sindicato
dos Bancários de Porto Alegre,
Everton Gimenis, junto com dirigentes da Fetrafi-RS, percorreram por
cerca de um mês cada um dos gabinetes dos deputados estaduais. A
ideia era sensibilizar os deputados e mostrar as vantagens de manter
o Banrisul protegido das ameaças de privatização. “Não foi
porque o governo quis que as emendas protetivas fossem aprovadas que
conquistamos a vitória. Fomos vitoriosos porque fizemos uma campanha
em defesa do Banrisul muito participativa. A nossa pressão mudou o
voto de muito governista”, disse Gimenis.

O diretor da
Fetrafi-RS e funcionário do Banrisul, Carlos Augusto Rocha, saudou a
participação e fez um alerta. Rocha disse que os Banrisulenses têm
mais uma batalha a disputar nos dias 28 e 29 de dezembro. Antes de o
ano acabar, deve ser votada alteração no Artigo 22 da Constituição
Estadual. Exatamente o artigo que condiciona venda de estatais,
inclusive o Banrisul, a plebiscito.

“Eles vão tentar
alterar o Artigo 22 para liberar a venda da CESA (Companhia
Estadual de Silos e Armazéns do RS)
sem plebiscito. Na hora de guerrear, estamos presentes”, reiterou
Rocha, referindo-se à luta dos bancários em 2002 por incluir o
atual conteúdo do Artigo 22 na Constituição Estadual.

ENTENDA
O QUE MUDOU NO BANRISUL


Os
dois Projetos de Lei foram remetidos pelo governador José Ivo
Sartori à Assembleia e tramitavam em regime de urgência, claro
sinal de que a ideia era vender as duas subsidiárias.


A criação das subsidiárias fortalece o Banrisul. Hoje o banco
vende seguros da Icatu. Com a Banrisul Seguros, tem tudo para liderar
o seu próprio negócio no ramo, ampliando a carteira.


Uma das emendas protetivas aprovadas, de autoria do deputado Juliano
Roso (PC do B), determina que os futuros dirigentes das subsidiárias
terão de ser funcionários do quadro efetivo.


As outras emendas em cada um dos PLs obriga a realização de
plebiscito se houver intenção de vender as duas novas empresas
subsidiárias.


Os
deputados estaduais rejeitaram uma emenda que daria mais segurança e
dificultaria ainda mais a venda do patrimônio do banco. Para vender
até 49% das ações ordinárias, o governo estadual teria de enviar
projeto de lei à Assembleia.

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