Sindicato sedia Seminário sobre Trabalho e Terceirização no Brasil

O
Sindicato sediou, nesta quinta-feira, dia 26, o “Seminário sobre
Trabalho e Terceirização no Brasil: empregos x precarização do
vínculo”, organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT),
junto com CTB, UGT, CSB, Força Sindical e Nova Central.

As
palestras foram ministradas pela auditora-fiscal do Trabalho,
Cristina Serrano; pelo
desembargador do Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco, Fábio
Farias; e pelo diretor da Contraf
CUT
e integrante do Fórum em Defesa dos Trabalhadores Ameaçados pela
Terceirização, Miguel Pereira.

Cristina apresentou os
resultados de uma pesquisa desenvolvida junto a funcionários da
Contax que prestam serviços a bancos. Os resultados mostram que
esses trabalhadores desempenham as mesmas funções dos bancários,
mas recebem remunerações inferiores e têm condições de trabalho
bem piores.

Os dados apresentados pela auditora-fiscal do
Trabalho são alarmantes, evidenciam a exploração dos trabalhadores
à revelia da lei. “É muito mais barato para os empresários
utilizar a terceirização”, afirmou Cristina, durante a
apresentação.

A secretária
de Finanças do Sindicato, Suzineide Rodrigues, ressalta a
importância da pesquisa. “Esse trabalho evidenciou uma realidade
que o movimento sindical bancário já conhecia e contra a qual
lutamos, mas pesquisas como essa são importantíssimas para a
população se inteirar sobre o que é, de fato, a terceirização”,
reflete Suzineide.

A diretora ressaltou, ainda, que todos os
trabalhadores que desempenham função de bancários têm direito a
integrar a categoria e a usufruir de todas garantias previstas em
lei.

O diretor da Confraf-CUT, Miguel Pereira, fez uma análise
da conjuntura política do Brasil, às vésperas da votação do
Projeto de Lei 4330, que está marcada para o próximo dia 7. O
texto que irá a votação será o substitutivo do deputado Artur
Maia (SD-BA), que liberaliza a terceirização para todas as
atividades das empresas, incluindo as atividades principais e
permanentes, das áreas rurais e urbanas, empresas públicas,
sociedades de economia mista, autarquias e fundacionais.

De
acordo com Miguel Pereira, além da precarização das condições de
trabalho e da flexibilização dos direitos trabalhistas, a aprovação
do PL 4330 fragmentaria a organização e representação da classe
trabalhadora. “Em pouco tempo, os direitos conquistados, após
décadas de lutas, serão solapados. As negociações coletivas só
terão alguma efetividade, onde os empresários tiverem interesse e
para os segmentos que avaliarem ser necessário”, explica
Miguel.

A presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, que estava
presente no Seminário, destacou a categoria bancária está
mobilizada contra a aprovação do PL 4330. “A aprovação desse
projeto representaria uma perda enorme para os trabalhadores. Seria
um grande retrocesso”, reforça Jaqueline.

Contra
PL 4330 – No
dia 7 de abril, o movimento sindical e outros movimentos sociais do
campo e da cidade realizarão atos, em todo o país, para impedir a
votação do PL 4330 e para conscientizar a sociedade sobre o
prejuízo que esse PL representa para a classe trabalhadora. 

Em
outros momentos, essa votação não ocorreu justamente pela pressão
exercida pela sociedade civil, especialmente pelos movimentos
organizados de trabalhadores.   

Em
Brasília, sindicalistas vão ocupar o Congresso Nacional, a partir
das 10h, para impedir a aprovação do PL 4330 e protestar contra
outros projetos como o da reforma política do PMDB, que não acaba
com o financiamento empresarial das campanhas eleitorais, uma porta
aberta para a corrupção.

No
Recife, a concentração para o ato contra a aprovação da PL 4330
está marcado para 15h, em frente ao Parque 13 de Maio.

Expediente:
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