Sindicato critica a omissão da Caixa com o assédio moral

Diretores
do Sindicato reuniram-se, no último dia 25, com representantes da
Gerência Nacional de Informações Corporativas e Negociações
Coletivas (Geing)
da Caixa, em Brasília, para tratar de um caso grave de assédio
moral que ocorreu em uma agência situada no Recife.

Para o
Sindicato, a postura da Caixa, em relação ao caso, não contribui
para o combate ao assédio moral no banco e evidencia a necessidade
de mais avanços da categoria sobre o tema, nas próximas
negociações coletivas.

No caso em questão, três empregados
denunciaram, ao Sindicato, um gerente-geral por assédio moral. Mesmo
com a comprovação do assédio e o laudo das psicólogas da Gerência
de Pessoal da Caixa (Gipes), que atestou que o gestor, de fato,
apresentava problemas de relacionamento com os subordinados, o banco
apenas o transferiu para outra agência e determinou que o trabalho
dele fosse acompanhado pela Superintendência Regional (SR)
da
Caixa, no Recife.

O Sindicato discorda da decisão do banco.
De acordo com a secretária de Comunicação do Sindicato, Anabele
Silva, que é empregada da Caixa, o banco não agiu de forma a
prevenir e combater o assédio moral.  

“Entendemos que a Superintendência
não é o órgão adequado para fazer esse tipo de acompanhamento. Esse é um caso para a Gestão de Pessoas acompanhar”, ressalta
Anabele.

Para a presidenta do Sindicato, Jaqueline Mello, o assédio moral é tratado, na
Convenção Coletiva de Trabalho 2014/2015, de forma insuficiente ao
combate e à prevenção do problema. A questão é tratada na 56ª
cláusula da convenção, que versa sobre o “Protocolo para
Prevenção de Conflitos no Ambiente de Trabalho”. Não há, na
cláusula, qualquer referência direta ao assédio moral, e a adesão
dos bancos ao Protocolo é voluntária.

“Precisamos
avançar nesse tema nas próximas negociações coletivas. A Caixa,
mesmo tendo aderido ao Protocolo, é omissa quando reduz o assédio moral, que é um problema grave, a um mero conflito. Isso desencoraja as pessoas a denunciarem o assédio”, afirma Jaqueline, que também participou da reunião em Brasília. 

No caso do assédio na agência do Recife, se no prazo de seis meses, em que o trabalho do gestor está sendo acompanhado pela SR, não houver reincidência
de assédio, o processo administrativo será encerrado.

Tratamento
de assediados e assediadores

Na reinserção ao trabalho, os bancários que foram afastados por
problemas de saúde decorrentes do assédio moral não têm tido o
acompanhamento adequado da Caixa. Os empregados que sofreram assédio
moral na agência do Recife, foco da reunião do Sindicato em
Brasília, contam que foram hostilizados na volta ao trabalho.

Além
disso, Anabele explica que a experiência
mostra que assediadores, também, enfrentam problemas de cunho
psicológico. E, assim como os assediados, precisam de atendimento
médico e psicológico adequado.

No caso do assédio moral na
agência da Caixa no Recife, os assediados e o Sindicato, frustrados
com a decisão do banco no processo administrativo, acionarão a
Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho. “Essa
postura do banco desestimula os bancários a denunciarem os casos de
assédio moral. Não concordamos com isso e, portanto, tomaremos as
medidas cabíveis para resolver o problema por outras vias”,
completa Anabele.

Além de Jaqueline e Anabele, participaram da reunião o coordenador do grupo de combate ao assédio moral
do
Sindicato, João
Rufino, e a diretora da Fenae e representante dos empregados na Mesa de
Negociação com a Caixa, Fabiana Matheus. A
Caixa foi representada por Eliane Paulino, integrante da Mesa de
Negociação, e Valéria Lúcia, da Secretaria de Processo Ético e
Disciplinar.

Expediente:
Presidente: Fabiano Moura • Secretária de Comunicação: Sandra Trajano  Jornalista ResponsávelBeatriz Albuquerque • Redação: Beatriz Albuquerque e Brunno Porto • Produção de audiovisual: Kevin Miguel •  Designer Bruno Lombardi